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FT: “Perspetivas promissoras de Portugal dão alguma esperança à Europa”

A apreciação da Moody’s, a estabilidade da aliança parlamentar com o PCP e o Bloco de Esquerda, a evolução do défice e do desemprego são motivos de esperança numa Europa politicamente instável e assustada com os sinais de travagem económica.

lusa
26 de Agosto de 2019 às 12:16
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Escolhas políticas sólidas e alguma dose de sorte: assim explica o Financial Times as boas notícias que distinguem Portugal numa Europa assustada com diversas crises políticas – do Brexit à situação em Itália – com as consequências da guerra comercial e com a evolução da economia alemã.

"As perspetivas positivas de Portugal dão à Europa alguma esperança", refere o editorial da publicação britânica, que começa por referir a subida da perspetiva da dívida portuguesa por parte da agência de rating Moody’s.

"O sucesso tem origem tanto em escolhas políticas sólidas como numa boa dose de sorte. O primeiro-ministro António Costa ainda tem muito para fazer num país onde a dívida pública permanece acima de 100%. Apesar disso, tem razões para estar mais otimista do que muitos dos outros países europeus".

Assim, ao contrário do que se antecipava em 2015, a aliança entre o PS e partidos como o Bloco de Esquerda permaneceu "estável e funcional" e levou à subida dos rendimentos. Os salários do setor público foram repostos e o défice "pode chegar a zero no final deste ano". O desemprego caiu de 14% para 6,7% e a baixa taxa de criminalidade é apelativa para turistas e investidores.

Nem tudo dependeu desta aliança política. "Uma recuperação global e o crescimento do turismo internacional" foram importantes. Tal como "o difícil mas necessário trabalho do anterior governo de centro direita", na implementação de um programa de austeridade que ajudou a diminuir o défice e a reduzir a administração pública, mas que também gerou a maior recessão em quatro décadas e que ajudou António Costa a afirmar-se.

Apesar das críticas às restrições no investimento, ao aumento dos impostos indiretos e dos protestos como o dos motoristas de matérias perigosas, António Costa deverá voltar a ser primeiro-ministro liderando uma coligação de esquerda, "ou potencialmente ganhando com maioria absoluta".

Para o Financial Times, o próximo governo deve continuar o caminho de prudência orçamental "sem austeridade punitiva". O FT recomenda reformas mais profundas na administração pública e algum "trabalho" na banca, que está agora, apesar de tudo, mais "estável".

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