Francisco Louçã, ex-deputado do Bloco de Esquerda, advertiu hoje, em declarações ao Negocios.pt, para a existência de descontentamento social com algumas das medidas do plano de poupança da despesa pública apresentado pelo Ministro das Finanças.

«Não tenho quaisquer dúvidas que vai existir agitação social», comentou Louça, que acrescentou «a política de austeridade caiu sobre os trabalhadores», numa alusão aos moderamento do crescimento dos salários dos trabalhadores da função pública.

«Os portugueses sabem que existem gastos supérfluos e sabem que existem falhas em certos sectores», Louça fez referência à falta de 12 mil enfermeiros no sector da saúde.

O bloquista explicou que algumas das medidas são «particularmente promissoras» - tais como a poupança nas despesas de representação e no «escândalo» da compra de automóveis de luxo - mas não se escusou a adiantar que estas medidas podem só servir para «encher o olho».

No entanto, Francisco Louça lamentou o «timming» da apresentação do Plano de Poupança, «as medidas são apresentadas na véspera da recessão quando deviam ter sido apresentadas na época da expansão».

Louça explicou que está atento às contas do ministério da Saúde, e que apesar da medida de redução de 124,70 milhões de euros por ano (cerca de 25 milhões de contos por ano) «existem números por explicar»

Em relação à dúvida que persiste sobre a continuação de Pina Moura na pasta das Finanças, o ex-deputado do Bloco de Esquerda ajuntou que «tudo leva a crer que o Ministro das Finanças tem uma posição muito difícil, mas mais importante que novos nomes são as políticas».