Notícia
Francisco Rodrigues dos Santos a um passo de ser o novo líder do CDS
A moção de Francisco Rodrigo dos Santos foi a mais votada no Congresso do CDS, abrindo caminho à sua eleição como presidente do partido ainda esta manhã. Candidato promete apresentar listas aos órgãos nacionais que "espelhem o pluralismo interno".
26 de Janeiro de 2020 às 09:01
A moção de Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular e conhecido por "Chicão", intitulada "Voltar a acreditar" e que reclamava uma mudança no partido, obteve 671 votos.
Atrás ficou a moção do deputado João Almeida, com 562 e a de Filipe Lobo d`Ávila, com 209 votos. Quer João Almeida quer Lobo d`Ávila adiantaram que vão apresentar listas apenas ao Conselho Nacional, cumprimentando Rodrigues dos Santos pela vitória da sua moção de estratégia para os próximos dois anos.
Francisco Rodrigues dos Santos apontou não acreditar que João Almeida e Lobo d'Ávila apresentem listas conjuntas à Comissão Política Nacional, e lembrou a "tradição não escrita em que o candidato cuja moção foi mais votada tem o direito de apresentar listas próprias aos órgãos nacionais do partido".
Falando aos jornalistas após os resultados, "Chicão" garantiu que vai apresentar listas aos órgãos nacionais que "espelhem o pluralismo interno".
"Eu agora vou iniciar um processo de diálogo estruturado com ambas as listas [opositoras], precisamente para conseguirmos conjugar esforços e ter órgãos nacionais do partido que sejam representativos das várias sensibilidades que se apresentaram a congresso, é precisamente isso agora que farei, sendo certo que amanhã procurarei apresentar listas que espelhem este pluralismo interno que o congresso refletiu", afirmou aquele que deverá ser o próximo presidente do CDS.
Hoje, entre as 09:30 e as 12:30 decorrerá a eleição para os órgãos de direção, seguindo-se a apresentação de moções setoriais e o encerramento, às 13:30, com o discurso do futuro líder do CDS.
Se ao início da tarde as candidaturas adversárias de Rodrigues dos Santos relativizavam o significado dos aplausos ao candidato da Juventude Popular, ao final da noite já admitiam que estava "renhido" e mais tarde que ganharia. Ao todo, retirando as interrupções de uma hora para almoço e jantar, o primeiro dia prolongou-se por 14 horas e terminou na madrugada de domingo, perto das 4h00.
Falando aos jornalistas pouco depois de ter sido anunciado que a moção que apresentou ao congresso foi a mais votada, tendo contado com 46,4% dos votos, Rodrigues dos Santos apontou que, a partir de agora, conta com João Almeida e Lobo d'Ávila, bem como "com todos os militantes do CDS que decidiram integrar essas duas moções de estratégia global".
Congresso começou com homenagem a Freitas do Aamaral
A jornada começou cerca das 11:00, com uma breve homenagem a Diogo Freitas do Amaral, fundador do partido que morreu em outubro passado, com os delegados a cumprirem um minuto de silêncio também por outros dirigentes já falecidos.
A manhã do primeiro dia foi marcada pela despedida de Assunção Cristas, que assumiu ter falhado nos objetivos: "Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência: falhei o resultado", afirmou.
Nas primeiras intervenções dos principais candidatos à liderança, foi Francisco Rodrigues dos Santos a levantar a sala com um discurso inflamado em defesa de um "partido popular interclassista" e com valores de direita.
O descontentamento com o resultado eleitoral obtido pelo CDS-PP nas legislativas de outubro passado -- 4,25 % e cinco deputados eleitos, menos 13 do que os eleitos em 2015 -- foi visível ao longo da tarde, com muitos delegados a advertir para o "descrédito" do CDS junto dos eleitores e a reclamar uma mudança de direção do partido
Entre as dezenas de intervenções das chamadas "bases" do partido, alguns delegados advertiram que o CDS não perdeu só votos como militantes e exigiram mudança.
João Almeida, apontado pelo adversário Matos Santos -- que desistiu em favor de Rodrigues dos Santos -- como o candidato da "continuidade" e do "mais do mesmo" procurou desfazer essa ideia, invocando a sua experiência como secretário de Estado e parlamentar, e apresentou-se como aquele que "pode unir" o partido.
Ao final da tarde, o 28.º Congresso viveu momentos de tensão quando o antigo ministro da Economia Pires de Lima se dirigiu, no púlpito, a Francisco Rodrigues dos Santos para lhe pedir respeito pelos adversários, advertindo que se lhe deve "dar tempo" para "apurar a sua cultura democrática".
Pires de Lima foi vaiado por grande parte da sala e, a seguir, o ex-dirigente Adolfo Mesquita Nunes fez uma intervenção em sua defesa, criticando quem apupou um ministro que "tirou o país da bancarrota".
Lobo d'Ávila considerou ser "o único que consegue fazer pontes com aqueles que são os outros dois candidatos", Francisco Rodrigues dos Santos e João Almeida, e o único "capaz de contribuir para a união deste partido".
Atrás ficou a moção do deputado João Almeida, com 562 e a de Filipe Lobo d`Ávila, com 209 votos. Quer João Almeida quer Lobo d`Ávila adiantaram que vão apresentar listas apenas ao Conselho Nacional, cumprimentando Rodrigues dos Santos pela vitória da sua moção de estratégia para os próximos dois anos.
Falando aos jornalistas após os resultados, "Chicão" garantiu que vai apresentar listas aos órgãos nacionais que "espelhem o pluralismo interno".
"Eu agora vou iniciar um processo de diálogo estruturado com ambas as listas [opositoras], precisamente para conseguirmos conjugar esforços e ter órgãos nacionais do partido que sejam representativos das várias sensibilidades que se apresentaram a congresso, é precisamente isso agora que farei, sendo certo que amanhã procurarei apresentar listas que espelhem este pluralismo interno que o congresso refletiu", afirmou aquele que deverá ser o próximo presidente do CDS.
Hoje, entre as 09:30 e as 12:30 decorrerá a eleição para os órgãos de direção, seguindo-se a apresentação de moções setoriais e o encerramento, às 13:30, com o discurso do futuro líder do CDS.
Se ao início da tarde as candidaturas adversárias de Rodrigues dos Santos relativizavam o significado dos aplausos ao candidato da Juventude Popular, ao final da noite já admitiam que estava "renhido" e mais tarde que ganharia. Ao todo, retirando as interrupções de uma hora para almoço e jantar, o primeiro dia prolongou-se por 14 horas e terminou na madrugada de domingo, perto das 4h00.
Falando aos jornalistas pouco depois de ter sido anunciado que a moção que apresentou ao congresso foi a mais votada, tendo contado com 46,4% dos votos, Rodrigues dos Santos apontou que, a partir de agora, conta com João Almeida e Lobo d'Ávila, bem como "com todos os militantes do CDS que decidiram integrar essas duas moções de estratégia global".
Congresso começou com homenagem a Freitas do Aamaral
A jornada começou cerca das 11:00, com uma breve homenagem a Diogo Freitas do Amaral, fundador do partido que morreu em outubro passado, com os delegados a cumprirem um minuto de silêncio também por outros dirigentes já falecidos.
A manhã do primeiro dia foi marcada pela despedida de Assunção Cristas, que assumiu ter falhado nos objetivos: "Cumpri o caminho traçado e a estratégia proposta, mas cumpre-me hoje reconhecer uma evidência: falhei o resultado", afirmou.
Nas primeiras intervenções dos principais candidatos à liderança, foi Francisco Rodrigues dos Santos a levantar a sala com um discurso inflamado em defesa de um "partido popular interclassista" e com valores de direita.
O descontentamento com o resultado eleitoral obtido pelo CDS-PP nas legislativas de outubro passado -- 4,25 % e cinco deputados eleitos, menos 13 do que os eleitos em 2015 -- foi visível ao longo da tarde, com muitos delegados a advertir para o "descrédito" do CDS junto dos eleitores e a reclamar uma mudança de direção do partido
Entre as dezenas de intervenções das chamadas "bases" do partido, alguns delegados advertiram que o CDS não perdeu só votos como militantes e exigiram mudança.
João Almeida, apontado pelo adversário Matos Santos -- que desistiu em favor de Rodrigues dos Santos -- como o candidato da "continuidade" e do "mais do mesmo" procurou desfazer essa ideia, invocando a sua experiência como secretário de Estado e parlamentar, e apresentou-se como aquele que "pode unir" o partido.
Ao final da tarde, o 28.º Congresso viveu momentos de tensão quando o antigo ministro da Economia Pires de Lima se dirigiu, no púlpito, a Francisco Rodrigues dos Santos para lhe pedir respeito pelos adversários, advertindo que se lhe deve "dar tempo" para "apurar a sua cultura democrática".
Pires de Lima foi vaiado por grande parte da sala e, a seguir, o ex-dirigente Adolfo Mesquita Nunes fez uma intervenção em sua defesa, criticando quem apupou um ministro que "tirou o país da bancarrota".
Lobo d'Ávila considerou ser "o único que consegue fazer pontes com aqueles que são os outros dois candidatos", Francisco Rodrigues dos Santos e João Almeida, e o único "capaz de contribuir para a união deste partido".