No terceiro dia de greve nacional em França é esperada uma adesão, ainda que em menor escala, de sindicatos de alguns sectores. É o caso do sector petrolífero onde se prevê que encerrem sete das doze refinarias.

Os sindicatos da Função Pública também votaram ontem a favor do prolongamento dos protestos, depois de o presidente Nicolas Sarkozy (na foto) ter reafirmado em Conselho de Ministros a necessidade de aprovar a reforma da Previdência. "Quaisquer que sejam as dificuldades, devemos continuar com determinação e serenidade" a reforma que aumenta dos 60 para os 62 a idade de aposentação, disse, citado pelo "Le Figaro".

Também o ministro do Trabalho, Eric Woerth, ressaltou que a reforma "é razoável" porque aumentar a idade da reforma em dois anos "é um esforço menor do que se pede em muitos países europeus". "Se o sistema não é financiado, vamos pagar as pensões a crédito, com empréstimos nos mercados financeiros. Isso não é possível", sublinhou o ministro, reiterando a “determinação” do governo.

A reforma da Previdência que está na origem destas jornadas de protestos foi aprovada na Assembleia Nacional em Setembro e a sua votação final pelo Senado está marcada para 20 de Outubro.

No primeiro dia de greve (terça-feira) milhões de franceses saíram às ruas, sobretudo alunos do ensino secundário e estudantes universitários, fazendo lembrar a muitos o Maio de 1968, quando uma série de manifestações estudantis originou graves confrontos que quase fizeram cair o general De Gaulle.

Esta é a maior greve no país desde que os protestos se iniciaram em Março. Para sábado está já marcado novo protesto, com manifestações por todo o país.