Notícia
PGR está a investigar incêndios desde sábado. Há alertas para assaltos e contas falsas
O sexto dia consecutivo de combate aos incêndios em Pedrógão Grande (Leiria) e em Góis (Coimbra), arrancou hoje com um cenário mais animador: os dois fogos estão dominados.
Fundo de apoio para áreas afectadas irá ter verbas públicas e privadas
O fundo de apoio à revitalização das áreas afectadas pelos incêndios nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, hoje aprovado, irá agregar verbas públicas e doações privadas, disse à Lusa fonte do Governo.
A mesma fonte esclareceu que o fundo irá agregar "dinheiros públicos e pretende também agregar outros fundos privados, como por exemplo contas solidárias ou donativos em bens e espécies, que depois serão utilizados na reconstrução e no equipamento de casas".
O fundo terá uma entidade gestora, constituída com representantes dos Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, das Finanças e do Planeamento e das Infraestruturas, mas "as autarquias terão um papel importante na sua aplicação", elencou.
Também há diversas ofertas de países estrangeiros e de comunidades portuguesas no mundo que estão a ser articuladas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que aguarda pelo levantamento das necessidades, e também que sejam clarificados os termos de funcionamento do fundo.
"Pode haver instituições que estão a fazer recolhas de donativos ou bens, que não os queriam aplicar no fundo e que podem atribui-los a algumas instituições locais ou com finalidades específicas", especificou a fonte, salientando que "os donativos podem não integrar necessariamente o fundo criado".
A mesma fonte destacou que, "desde hoje e até ao final da próxima semana", estão no terreno técnicos de diferentes serviços da administração pública "do Ministério das Infraestruturas, da Segurança Social, do MAI, do Ambiente, Agricultura e da Economia" para fazer o levantamento de todos os danos dos incêndios em Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos.
O objectivo "é fazer uma estimativa dos encargos para reparação dos danos e retoma de alguma normalidade" destas populações, disse.
Recorde-se que o ministro do Planeamento anunciou quarta-feira a criação de um fundo financeiro a partir da solidariedade dos portugueses para apoiar a reconstrução das habitações e da vida das pessoas afetadas pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande.
Jorge Lacão é porta-voz para as questões dos fogos florestais
O presidente do Grupo Parlamentar do PS designou o antigo ministro socialista e actual vice-presidente da Assembleia da República Jorge Lacão para as funções de porta-voz da bancada para as questões relacionadas com os incêndios florestais.
Esta decisão de Carlos César foi hoje transmitida à agência Lusa por fonte oficial da direcção do Grupo Parlamentar socialista. Em representação do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, Jorge Lacão esteve no domingo no incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, que até ao momento já causou 64 mortes.
Incêndio de Góis em fase de rescaldo
O incêndio em Góis, distrito de Coimbra, entrou oficialmente em fase de rescaldo às 19:30 e o dispositivo operacional vai ainda hoje ser reduzido em 30 a 40%, disse o comandante operacional Pedro Nunes.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Nunes disse também que não existem situações de reacendimento, nem frentes de fogo, o que permitirá a desmobilização de 30 a 40% do efectivo. No terreno, ainda de acordo com o mesmo responsável, ficaram 500 operacionais, 150 viaturas e duas máquinas de arrasto.
A desmobilização começará em princípio por volta das 22:00 e será feita tendo em conta a distância geográfica das corporações relativamente ao concelho de Góis. O posto de comando manter-se-á em funções reduzidas durante as próximas 24 ou 48 horas.
Deputados do PSD tecem críticas ao Governo
A reunião da bancada do PSD decorreu esta quinta-feira num tom emotivo e de indignação, com alguns deputados a acusarem o Governo de fazer uma gestão política da tragédia de Pedrógão Grande, enquanto a oposição tem mantido o recato.
De acordo com relatos feitos à Lusa por deputados presentes na reunião, o tom geral foi de crítica ao Governo: "Não se admite que o PSD esteja em recato e que o Governo esteja a fazer política", resumiu um dos deputados presentes.
Por outro lado, os deputados defenderam que o partido se deve concentrar, neste momento, em falar sobretudo do combate aos incêndios e procurar respostas sobre o que aconteceu no terreno e não tanto, como pretende o Governo, nas políticas de reforma da floresta e de ordenamento do território.
No final da reunião, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro - que dentro da bancada procurou serenar os ânimos -, anunciou que o partido iria utilizar o seu agendamento da próxima quinta-feira, dia 29, para "dar voz" às inquietações e perguntas dos portugueses sobre o incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande e já causou pelo menos 64 mortos.
Proibido lançar balões de São João no Porto, multas até cinco mil euros
Lançar balões de São João é este ano proibido, podendo levar a uma multa até aos cinco mil euros por pessoa singular, e a PSP do Porto disse hoje que irá proceder à fiscalização durante os festejos.
O lançamento de um balão de São João pode ter uma contraordenação punida por coima que pode variar entre os 140 euros e os cinco mil euros, no caso de pessoas singular, e os 800 euros e os 60 mil euros no caso de pessoa colectiva, indica a portaria n.º 195/2017 hoje publicada.
O período crítico do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios foi antecipado para hoje, por causa das condições meteorológicas adversas de temperatura que determinaram o aumento do nível de perigosidade para alerta vermelho e laranja no território continental, o que significa que está proibido o lançamento dos tradicionais balões de São João.
Eventual acesso a fundo da UE só se saberá no final da próxima semana
O ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, revelou que ainda não foi feito o levantamento que permitirá perceber se Portugal poderá, ou não, accionar o Fundo de Solidariedade da União Europeia.
O mesmo só poderá ser accionado se os estragos ascenderem a 1,5% do PIB da região em causa, que neste caso é de cerca de 510 milhões de euros.
"O fundo de emergência europeu poderá ser activado a partir de um valor na ordem de 500 milhões de euros na região centro", confirmou Pedro Marques. Contudo, o levantamento do volume financeiro dos estragos causados pelos incêndios na região centro não foi ainda calculado, com o ministro a dizer que "definimos até ao final da próxima semana para concluir o levantamento".
Carlos César avisa que PS não está para brigas entre partidos
O presidente do PS criticou hoje o agendamento pelo PSD de um debate para a próxima semana sobre questões inquietantes que resultaram do incêndio de Pedrógão Grande, advertindo que os socialistas não estão para brigas entre partidos.
Esta posição foi assumida por Carlos César em conferência de imprensa, na Assembleia da República, depois de confrontado com o agendamento potestativo [de caráter obrigatório] feito pela bancada social-democrata para o próximo dia 29 - debate em que o PSD pretende discutir questões que "apoquentam, inquietam e intrigam" os portugueses na sequência da tragédia resultante do incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, do qual resultaram pelo menos 64 mortos.
"Neste tempo que estamos a viver e face à própria proposta que antes o PSD apresentou para a constituição de uma comissão técnica independente" sobre as causas do incêndio de Pedrógão Grande, "eu não colocaria um debate imediato, que assume naturalmente um caráter político e até uma tentativa incriminatória", começou por responder o líder da bancada socialista.
O presidente do PS advogou depois que a marcação deste debate político pelo PSD para a próxima semana não se insere na mesma linha de atuação que os sociais-democratas antes assumiram quando apresentaram uma proposta para a criação de uma comissão técnica independente.
"Se o PSD pretende por um lado a formação de uma comissão independente que dê resultados, que faça uma análise independente e tecnicamente fundamentada, então não deveria preceder isso de um debate político que antecedesse essas próprias conclusões. Nós não estamos aqui para brigas entre partidos, mas para saber o que se passou e, sobretudo, para que de futuro isto não volte a ocorrer e para que a reparação daquilo que aconteceu seja exemplar", contrapôs Carlos César.
Mais de 640 militares do Exército empenhados nos incêndios desde sábado
Mais de 600 militares do Exército apoiados por 149 viaturas foram desde sábado empenhados no apoio à Proteção Civil para o combate aos incêndios, segundo um balanço divulgado esta quinta-feira.
"Até ao momento, o Exército já empenhou 641 militares e 149 viaturas" no dispositivo de apoio ao combate aos incêndios, nos concelhos de Vila Real, Viseu, Góis e Pedrógão Grande, indica um balanço hoje divulgado pelo ramo.
O empenhamento dos meios do Exército, de mais de 25 Unidades do Exército dispersas pelo território nacional, e a ligação às autoridades envolvidas está a ser coordenado pelo Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), a partir de Abrantes.
Actualmente no terreno estão 14 pelotões, num total de 308 militares e 49 viaturas, um grupo de comando para a coordenação dos meios, com 3 militares e uma viatura, cinco destacamentos de Engenharia, com 20 militares e 20 viaturas, das quais cinco máquinas de rasto.
Cinco equipas ligeiras de vigilância e contacto, com oito militares e cinco viaturas, que colaboram também na distribuição de bens e apoio às necessidades básicas, e duas equipas de psicólogos, integram ainda o conjunto de meios disponibilizados, adianta o comunicado.
Quanto à Marinha, estiveram empenhados nas últimas 72 horas 249 militares. O reconhecimento das áreas sensíveis, resgate de cidadãos, rescaldo de focos de incêndio e distribuição de alimentos e águas são algumas das tarefas desempenhadas pelos fuzileiros.
Os fuzileiros têm realizado tarefas de reconhecimento de áreas sensíveis, resgate de cidadãos, rescaldo de focos de incêndio e sensibilização da população para eventuais reacendimentos, bem como distribuição de águas.
A equipa de abastecimento da força de Marinha continua a garantir a alimentação aos operacionais no terreno, tendo até ao momento servido 6.700 refeições, adianta um comunicado do ramo.
PGR diz que Ministério Público está a investigar incêndios em Pedrógão Grande desde o início
A procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, afirmou, esta quinta-feira, que o Ministério Público está, desde o início, "no teatro de operações" para investigar as causas do incêndio que começou em Pedrógão Grande no sábado, no distrito de Leiria.
"O Ministério Público (MP) esteve presente, no teatro das operações, desde o início na perspectiva de exercer com rapidez as suas competências. Todos os elementos da Polícia Judiciária, Instituto de Medicina Legal e demais instituições presentes tinham contacto, directo, com os magistrados do MP que estiveram, aliás, desde domingo e segunda-feira, não só contactáveis como mesmo presentes em alguns desses sítios", disse Joana Marques Vidal à margem VII Congresso dos Solicitadores e dos Agentes de Execução que decorre até sábado, em Viana do Castelo.
A procuradora-geral da República adiantou que o inquérito crime, em segredo de justiça, "foi levantado nos primeiros momentos em que o fogo deflagrou e que houve conhecimento de que havia vítimas mortais e danos" e que "irá investigar tudo aquilo que for necessário ser investigado". "Nunca se pode arredar a necessidade de investigação em toda a sua vertente, designadamente a possibilidade de existir indício criminal, ou não", sustentou.
Joana Marques Vidal adiantou que "o inquérito está a correr os seus termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Leiria".
Relatório preliminar de estragos deve estar concluído no sábado
O relatório preliminar dos estragos provocados pelo incêndio de Pedrógão Grande em habitações, na floresta e terrenos agrícolas deverá estar concluído no sábado, disse hoje à agência Lusa o presidente da autarquia local. "Vamos fazer um levantamento até sábado, para se criar um relatório preliminar, para depois elaborar para a semana, princípio da próxima semana, o relatório final", afirmou Valdemar Alves.
Em declarações no final de uma reunião que decorreu ao longo da manhã de hoje e que juntou cerca de 40 pessoas, incluindo técnicos do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, agricultura, florestas, segurança social e autarquias, o autarca explicou que foram criados três grupos - um por cada um dos concelhos mais atingidos pelo incêndio (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira da Pera) - que serão coordenados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), por determinação do Governo.
Os grupos estão a trabalhar no levantamento dos estragos "para ver tudo o que aconteceu. Estragos nas casas de primeira habitação, segunda habitação, a parte da indústria, a parte florestal, a parte agrícola e as [necessidades das] pessoas, essencialmente", frisou o autarca.
Apenas 1% da área das papeleiras ardeu numa década
Apenas 1% dos 200 mil hectares geridos pela indústria papeleira ardeu nos últimos dez anos, segundo um representante do setor, que atribui este resultado à boa gestão e proteção da área florestal.
"Na última década, em média, apenas 1% da área sob gestão das associadas [da entidade que representa o setor, CELPA] ardeu, o que significa que boas práticas de gestão florestal têm resultado efetivo", disse o diretor da Celpa - Associação da Indústria Papeleira, Carlos Amaral Vieira.
Em 2015, último ano em que existem dados definitivos, dos mais de 200 mil hectares geridos, apenas 0,4% ou cerca de 750 hectares, arderam, o que, referiu à agência Lusa, "reforça a evidência de que uma floresta bem gerida é menos vulnerável ao risco de incêndios".
Sem reforma da floresta, protecção civil fica em causa
A reforma da protecção civil, feita há anos, "esgotou o seu prazo de validade e só é sustentável se tivermos a reforma da floresta", disse esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros. O chefe do Governo defendeu que "este é o momento para fazer a reforma muito adiada da floresta", mas avisou que ela vai levar anos a dar frutos.
Para isso, António Costa quis dar um sinal de abertura para uma convergência política que permita agilizar esta reforma. "O Governo manifesta total abertura para colaborar e apoiar qualquer proposta [de comissão] técnica independente que seja criada", tal como propôs o PSD, disse o primeiro-ministro, referindo-se à comissão que poderá servir para apurar ao detalhe tudo o que se passou no incêndio de Pedrogão Grande que levou à morte de 64 pessoas.
Além disso, Costa mostrou vontade de conseguir uma reforma florestal com um apoio político alargado. "O nosso desejo é que haja o maior consenso político", disse, acrescentando abertura para "negociar com todos os melhor calendário e sucesso desta reforma". O primeiro-ministro garantiu que "é essencial apurar cabalmente tudo o que aconteceu: causas e consequências".
Moradores deslocados nos últimos dois dias já estão em casa
O secretário de Estado da Administração, Jorge Gomes, disse hoje em Avelar que todas as pessoas que foram deslocadas nos dois últimos dias em Góis, devido ao incêndio florestal que deflagrou no sábado, já estão nas suas casas.
"Em Góis, todas as pessoas que foram deslocadas ao longo dos dois últimos dias já estão nas suas próprias casas, o que é motivo de satisfação, não só para as pessoas, como para as comunidades e para nós próprios", afirmou o governante.
Jorge Gomes deslocou-se ao posto de comando instalado em Avelar, no concelho de Ansião, distrito de Leiria, e prestou declarações aos jornalistas antes de entrar para um 'briefing' com o comandante operacional da Proteção Civil António Ribeiro.
Questionado sobre os moradores deslocados por causa do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande -- também já dado como dominado, como o de Góis (distrito de Coimbra), o governante explicou que vai agora fazer o ponto da situação.
PSD marca debate para dia 29 para "dar voz" a perguntas e inquietações
O líder parlamentar do PSD anunciou hoje que o partido vai realizar na próxima quinta-feira um debate político sobre as questões "que apoquentam, inquietam e intrigam" os portugueses na tragédia de Pedrógão Grande, que causou pelo menos 64 mortos.
No final da reunião do grupo parlamentar social-democrata, Luís Montenegro referiu que o PSD vai utilizar o seu agendamento potestativo (direito de fixar a ordem do dia) de dia 29 para abordar a questão dos incêndios do passado fim de semana, considerando que o tema "merece um tratamento sério, mas que não pode deixar de ser feito em sede parlamentar".
"Nós entendemos dar voz às pessoas. Quero comunicar-vos que, na próxima quinta-feira, dia 29, o agendamento potestativo do PSD será preenchido com um debate político para podermos suscitar as questões que apoquentam, que inquietam, que intrigam todos os portugueses", disse.
"Nenhum de nós pode ser indiferente ao que se passou do ponto de vista humano", reforçou.
O "diabo" que andou a fugir das casas
A Lusa publicou mais uma reportagem em Pedrógão Grande. Leia aqui
Bombeiros Voluntários alertam população para vaga de assaltos
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande alertou hoje a população para a vaga de assaltos nas aldeias evacuadas devido ao incêndio que lavrou no concelho e pediu atenção ao surgimento de falsos técnicos de apoio.
"Quero lançar um alerta para a nossa população por causa de duas situações que estão a acontecer: uma delas foi inicial, em que as pessoas foram retiradas das suas aldeias e houve grupos que sabiam que as aldeias tinham sido evacuadas e assaltaram essas casas", disse à agência Lusa o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Carlos David.
Ao mesmo tempo, chegou ao conhecimento deste responsável "que existem falsos técnicos no terreno, identificados como voluntários, e que querem entrar dentro das casas das pessoas para ajudar e depois assaltam-nas".
"Atenção, não acreditem, nós estamos a desenvolver um plano de ação que é centralizado nas Juntas de Freguesia [...] e em duas ou três associações aqui do concelho", acrescentou, solicitando à população para estar atenta a "caras estranhas".
Góis: Já não há chamas no perímetro controlado pelos bombeiros
O comandante operacional do combate ao incêndio de Góis garantiu hoje que já não há focos de fogo no perímetro controlado pelos bombeiros, mas alertou para eventuais reacendimentos devido à subida de temperatura e ventos fortes.
"Não temos chama no perímetro do incêndio (...), mas não podemos baixar a guarda" disse Carlos Tavares junto ao posto de comando do incêndio, em Góis.
O comandante operacional manifestou preocupação com a "forte possibilidade" de haver reacendimentos em diversas zonas dos 20 mil hectares que foram afectados pelas chamas nos últimos três dias nos concelhos de Góis, Pampilhosa da Serra e Arganil.
"Vamos manter vigilância apertada, porque, com o vento forte e a subida de temperatura, estão criadas condições para que incêndio seja reactivado em algumas zonas", disse Carlos Tavares.
O fogo que desde sábado lavra em Góis, no distrito de Coimbra, foi dado como dominado hoje às 07:41, informou o comandante operacional.
BCP lança uma linha de crédito de 2,5 milhões
O Millennium bcp anunciou hoje a disponibilização de uma linha de crédito de 2,5 milhões de euros para as empresas afectadas pelos incêndios, nos concelhos de Penela, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Pedrogão Grande e Castanheira de Pera. "Esta linha de financiamento destina-se à recuperação da actividade económica das empresas com actividade em diferentes sectores, designadamente sectores agrícolas, silvicultura e indústria", refere um comunicado do banco.
A linha conta com condições preferenciais de financiamento bem como a isenção total da comissão inicial, para operações aprovadas até ao final de 2017.
O banco diz ainda que para apoiar as famílias afectadas, "o Millennium bcp está disponível para atribuir, nos contratos de Crédito à Habitação, um período de carência de capital até 24 meses".
Câmara de Pedrógão Grande faz inventário de casas afectadas pelo fogo
A Câmara de Pedrógão Grande está a realizar, até ao próximo domingo, um inventário das habitações afetadas pelo incêndio que lavrou no concelho e que já está dominado, anunciou a autarquia.
Num edital afixado em vários locais públicos do concelho, o presidente do município de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, informa que a autarquia vai, com "equipas no terreno", proceder à "inventariação de habitações permanentes/habitadas afectadas pelos incêndios".
Segundo o responsável, os proprietários devem "identificar o artigo matricial urbano ou registo da conservatória [e apresentar] documentos de identificação dos proprietários e seguro de casa, caso exista".
"Será ainda realizado o inventário de habitações não ocupadas e de anexos/armazéns agrícolas e florestais, sem a necessidade de inventariação" até domingo, acrescenta Valdemar Alves.
O autarca sugere que, em caso de dúvidas, os munícipes contactem o vereador Bruno Gomes através do telefone 964 184 362.
Passos quer comissão independente sobre incêndios a trabalhar "tão depressa quanto possível"
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje em Bruxelas a necessidade de uma comissão técnica independente começar a trabalhar "tão depressa quanto possível" para dar "todas as explicações" aos portugueses sobre a tragédia de Pedrógão Grande.
"As explicações são ainda incompletas e vai ser importante que todas as explicações sejam mesmo dadas. E todas significa que é preciso que uma instância que seja constituída por peritos, técnicos com independência sobre a administração possam elencar todas as questões que são relevantes", declarou.
Por outro lado, prosseguiu o presidente dos sociais-democratas, "procurar responder de modo a que os portugueses saibam exactamente o que é que se passou e o que é que motivou que a tragédia tivesse acabado por adquirir a dimensão que adquiriu".
Sublinhando que a ideia não é formar uma comissão parlamentar de inquérito, Pedro Passos Coelho disse que, na sequência do convite dirigido aos outros partidos no âmbito da Assembleia da República e pelas respostas que o PSD tem vindo a obter, está convicto de que "haverá condições para que uma instância destas possa ser criada e possa começar a fazer as perguntas todas que são necessárias e a responder a essas questões para que os portugueses saibam efectivamente o que é que se passou".
Santa Casa alerta para falsos dados sobre donativos
A Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande alertou hoje para "informações falsas" que estão a circular relativas a donativos monetários e à doação de bens, sugerindo que quem quiser ajudar contacte directamente a instituição.
"Uma vez que estão a circular informações falsas acerca da nossa disponibilidade para aceitar bens e voluntários, vimos por este meio esclarecer que a Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande continua a aceitar toda a ajuda possível", indica a instituição, numa publicação na rede social 'Facebook'.
Contudo, existem "pessoas fazendo-se passar por funcionários da instituição, aceitando bens, bens esses que não" estão a chegar à Santa Casa, realça, pedindo aos interessados em ajudar que entreguem os bens a "colaboradoras devidamente identificadas", isto é, com farda ou que circulam na carrinha desta entidade.
Datas-chave para a discussão da reforma florestal
A reforma florestal vai ser discutida e votada no Parlamento mais rapidamente do que o previsto inicialmente. Os deputados fixaram o calendário e já são conhecidas as datas-chave para o debate.
Sexta-feira, 23 de Junho
Esta é o prazo para criar o grupo de trabalho dentro da comissão de agricultura e mar para agilizar o debate e votação do pacote de medidas que formam a reforma da floresta. Este grupo terá representantes de todos os partidos e fará audições a entidades dos sector. Até sexta-feira, os partidos têm também de informar as entidades que querem ouvir.
11 de Julho
Este é o último dia para os partidos entregarem propostas de alteração aos diplomas que estão no Parlamento sobre a reforma florestal.
12 a 14 de Julho
Discussão das propostas de alteração. É nesta altura que os deputados fazem um debate mais detalhado dos diplomas e a legislação começa a ganhar forma.
19 de Julho
Nesta data o Parlamento vota a versão final da legislação. Depois disso, os serviços fazem uma revisão para ver se o texto final das leis estão conforme o que foi votado pelos deputados. A legislação segue depois para o Presidente da República que tem de decidir se promulga ou não.
Seguradoras criam fundo de 2,5 milhões para apoiar vítimas de Pedrógão Grande
A Associação de Seguradores vai criar fundo especial com 2,5 milhões de euros para "apoiar os familiares das pessoas falecidas em consequência do incêndio" de Pedrógão Grande. As seguradoras vão assumir todos os custos das casas que arderam e dispõem de seguro.
Número de feridos sobe para 254
A noite entre quarta-feira e hoje foi de acalmia na zona afectada pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, mas é difícil prever a extinção do fogo, disse esta manhã o comandante operacional responsável pelas operações, António Ribeiro. O número de feridos foi actualizado para 254 nos dois incêndios – Pedrógão Grande e Góis.
"É difícil prever a extinção, este é um trabalho continuado. As causas dos reacendimentos são várias", afirmou António Ribeiro no primeiro 'briefing' do dia, efectuado perto das 10:00 no posto de comando instalado em Avelar, no concelho de Ansião, distrito de Leiria.
O comandante operacional da Protecção Civil sublinhou que durante a noite houve condições meteorológicas favoráveis que permitiram a realização de trabalhos de consolidação do perímetro afectado.
"De momento, o incêndio está perfeitamente consolidado ao perímetro que tem. Há algumas bolsas com alguma dimensão que não arderam, mas com todo o trabalho feito desde ontem [quarta-feira] e noite, estamos a eliminar esses pontos quentes", explicou.
No terreno estão actualmente 1.200 operacionais, apoiados por 400 viaturas, para fazer o trabalho de consolidação, rescaldo e vigilância activa.
Período crítico de fogos começa hoje
O período crítico de fogos foi antecipado pelo Governo, e vigora agora entre os dias 22 de Junho e 30 de Setembro.
A portaria, da autoria do Ministério da Agricultura, foi publicada esta quinta-feira em Diário da República, e implica a adopção de medidas especiais de prevenção por parte das autoridades e dos particulares para a prevenção de incêndios.
Por exemplo, neste período passa a ser proibido fumar, fazer fogueiras e queimas ou lançar foguetes no espaços florestais e agrícolas.
santana
"Estou farto de ver as lágrimas de crocodilo ou lágrimas mesmo sentidas por aqueles que acordam sempre depois de as coisas acontecerem", escreve Santana Lopes no artigo de opinião de hoje no Negócios.
Incêndio em Góis está dominado
O fogo que desde sábado lavra em Góis, no distrito de Coimbra, foi dado como dominado hoje às 07:41, informou o comandante operacional, Carlos Tavares.
"A única frente activa" do fogo que atingiu os concelhos de Góis, Pampilhosa da Serra e Arganil e que já só lavrava neste último município foi "dada como dominada às 07:41" de hoje, disse o comandante.
Ainda assim, os 1.010 operacionais apoiados por 284 meios terrestres, além de sete máquinas de rasto, vão permanecer no terreno.
"Há fortes possibilidades de reacendimentos", justificou Carlos Tavares, referindo que esta região é propícia a este tipo de situações, nomeadamente por causa da orografia e das condições climatéricas, com muitos ventos, temperaturas elevadas e baixos índices de humidade.
"Não podemos aliviar" a intervenção e "há ainda muito trabalho pela frente", destacou o comandante, admitindo o surgimento de novos focos de incêndio ao final de manhã, início da tarde, período no qual se prevê temperaturas relativamente elevadas e baixa humidade.
Também entraram em ação seis meios aéreos pesados, entre os quais "quatro aviões e dois helicópteros", disse o responsável.
Combate às chamas evolui "muito favoravelmente", fogo quase dominado
O combate fogo que desde sábado lavra em Góis, no distrito de Coimbra, e desde a madrugada de hoje se mantém apenas com uma frente activa, continua a evoluir "muito favoravelmente", admitem operacionais no terreno, contactados pela Lusa.
A diminuição da temperatura e o aumento da humidade registados durante a noite de quarta-feira e a madrugada de hoje ajudaram no combate às chamas, que está a ser feito por cerca de 1.000 bombeiros e 270 meios terrestres.
O comandante operacional da Protecção Civil Carlos Luís Tavares já indicara às 00:00 que o incêndio deveria ser dominado durante a noite e que hoje de manhã deveria ser possível fazer o regresso de habitantes de algumas aldeias evacuadas na terça-feira às suas casas.
Nessa altura, o comandante operacional adiantou que seriam mantidos no terreno todos os meios e que logo que possível entrariam em acção meios aéreos pesados para impedir o alargamento do perímetro de território atingido pelas chamas.
Está previsto que Carlos Luís Tavares volte a fazer um ponto de situação às 08:00.
Depois de já ter tido cinco frentes activas, o incêndio em Góis, no distrito de Coimbra, que deflagrou na tarde de sábado, encontrava-se na madrugada de hoje apenas com uma frente ativa, com 400 metros de extensão, disse o comandante operacional Carlos Luís Tavares.
Estradas cortadas já foram todas reabertas
A Estrada Nacional 2 e a Estrada Municipal 543, ambas no concelho de Góis (Coimbra), onde deflagrou no sábado um incêndio, foram reabertas durante a madrugada de hoje, disse à agência Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).
"Não há estradas cortadas devido a incêndios", afirmou a fonte da GNR, fazendo um ponto de situação a nível nacional.
Depois de já ter tido cinco frentes activas, o incêndio em Góis, no distrito de Coimbra, que deflagrou na tarde de sábado, encontrava-se na madrugada de hoje apenas com uma frente activa, com 400 metros de extensão, disse o comandante operacional Carlos Luís Tavares.
De acordo com a informação divulgada na página na Internet da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC), o fogo em Góis mobilizava, às 06:30 de hoje, 1.200 bombeiros e 428 meios terrestres.
Além das estradas em Góis, a Estrada Municipal 543, na localidade de Ervedosa, no concelho de Vinhais, em Bragança, foi reaberta ao trânsito, após ter sido cortada por causa dos fogos.
Segundo informação da Protecção Civil, o incêndio em Ervedosa, que deflagrou pelas 20:30 de quarta-feira, estava hoje de manhã em conclusão (incêndio extinto, com pequenos focos de combustão dentro do perímetro do incêndio), mobilizando 14 bombeiros e quatro meios terrestres.
Quinto dia de combate às chamas em Pedrógão e Góis começa mais animador
O quinto dia consecutivo de combate aos incêndios em Pedrógão Grande (Leiria) e em Góis (Coimbra), arranca hoje com um cenário mais animador: um dos fogos está dominado e o outro reduzido a uma frente activa.
Depois de ter retirado a vida a 64 pessoas e provocado mais de 200 feridos, o fogo em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, encontra-se dominado desde a tarde de quarta-feira, de acordo com o comandante operacional da Protecção Civil Vítor Vaz Pinto.
Depois de já ter tido cinco frentes activas, o incêndio em Góis, no distrito de Coimbra, encontrava-se na madrugada de hoje com uma frente activa, com 400 metros de extensão, disse o comandante operacional Carlos Luís Tavares, perspectivando que o fogo tivesse dominado até à manhã de hoje, uma vez que o combate às chamas estava a decorrer de forma "muito favorável".
Apesar de a tragédia ser ainda recente, os sinais da reconstrução do que foi destruído pelas chamas em Pedrógão Grande já se notam, desde a substituição do alcatrão da "estrada da morte" ao corte de árvores.
Na Estada Nacional 236-1, onde morreram 47 pessoas que seguiam em viaturas e ficaram encurraladas pelas chamas entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, trabalhadores apoiados por máquinas começaram na quarta-feira a proceder à remoção e substituição do alcatrão, fazendo-se a circulação automóvel de forma alternada.
Na quarta-feira à noite, a ministra da Administração Interna admitiu a possibilidade de instaurar um inquérito ao incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, mas para tal necessita de obter todos os dados sobre aquilo que se passou.
"É algo que não estou a excluir neste momento. Preciso de ter dados sobre a actuação da GNR e da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e de ter indícios que me permitam fazer um inquérito", disse Constança Urbana de Sousa, em entrevista à RTP3.
Bombeiros queixam-se da falta de ordenamento do território
Os comandantes das corporações de bombeiros de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos consideram que falta ordenamento do território, sugerindo a plantação de vegetação mais resiliente ou a criação de faixas de contenção dos incêndios.
"Se tiver 100 hectares de floresta, em que tenho uma faixa de contenção de 30 ou 40 metros, eu sei que só me vão arder aqueles 50 hectares. É como fazem os espanhóis", disse à agência Lusa o comandante da corporação de Figueiró dos Vinhos, Paulo Renato, sublinhando que, queimando a outra parcela da floresta com uma estratégia de contrafogo, consegue-se estancar o avanço das chamas.
O comandante dos bombeiros voluntários de um dos concelhos fortemente afetados pelo incêndio que começou no sábado, em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que provocou pelo menos 64 mortos, considera que "o ordenamento da floresta é o essencial".
"As pessoas não aprendem", notou, recordando que já houve outros grandes incêndios no passado na região.
"Ninguém diz para se abrirem umas faixas. Nos próximos dez anos, ninguém tem nada para vender [de produtos florestais], mas também ninguém se vai preocupar em limpar", sublinhou Paulo Renato.
Outra medida que considera necessária é utilizar máquinas de rasto e limpeza com lâmina em torno de habitações ou zonas habitacionais.
Constança Urbano de Sousa não se demite
A ministra da Administração Interna disse esta noite, em entrevista à RTP3, que não se vai demitir do cargo enquanto tiver a confiança do primeiro-ministro. "Era mais fácil demitir-me, mas optei por dar a cara", afirmou Constança Urbano de Sousa.
O incêndio que deflagrou na tarde de 17 de Junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e foi dado como dominado nesta tarde de quarta-feira, 21 de Junho, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.
O fogo começou em Escalos Fundeiros, e alastrou depois a Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria. Desde então, as chamas chegaram aos distritos de Castelo Branco, através do concelho da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra.
Este incêndio já consumiu cerca de 30.000 hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
GNR instaurou inquérito sobre não encerramento da EN 236
A ministra da Administração Interna disse esta noite, em entrevista na RTP3, que a GNR já instaurou um inquérito interno para apurar por que razão não foi encerrada a Estrada Nacional (EN) 236-1, apelidada agora de "estrada da morte", e onde morreram várias pessoas encurraladas pelas chamas entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos.
Para a governante, a explicação dada pela GNR ao primeiro-ministro já é "alguma coisa", mas o inquérito interno "terá que ser mais conclusivo".
Na entrevista, Constança Urbano de Sousa disse também que o alerta de prontidão da ANPC tem que ser "avaliado de uma forma mais aprofundada" e admitiu que possa ter "havido uma subvalorização da avaliação" das condições meteorológicas.
A ministra sublinhou igualmente que, das informações preliminares de que dispõe, o SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) não falhou totalmente, avançando que às 20.00 de sábado foram mobilizadas duas redes moveis satélite para assegurar a rede da SIRESP.
Ministra da Administração Interna admite abrir inquérito
Constança Urbano de Sousa admitiu, na quarta-feira à noite, a possibilidade de instaurar um inquérito ao incêndio que deflagrou sábado em Pedrógão Grande. Mas, para tal, necessita de obter todos os dados sobre aquilo que se passou.
"É algo que não estou a excluir neste momento. Preciso de ter dados sobre a actuação da GNR e da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e de ter indícios que me permitam fazer um inquérito", disse a ministra da Administração Interna em entrevista à RTP3.
Constança Urbano de Sousa adiantou que, neste momento, ainda não dispõe "daquilo que se chama a fita do tempo porque o teatro de operações ainda não terminou". Segundo a ministra, a fita do tempo vai dizer "quem é que fez o quê e a que horas".
"Essa fita do tempo fecha-se no momento que este incidente terminar e eu não excluo que possa haver um inquérito", afirmou, sublinhando que necessita de saber o que aconteceu ao nível local e nacional. "Preciso de dados que ainda não disponho. Neste momento, ainda estou muito concentrada em acabar com este inc~endio", sustentou, considerando que se justifica "uma investigação independente", que pode ser feita por uma comissão parlamentar.