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FMI elogia contas públicas e subida dos juros no Brasil

O Brasil tem gerido bem as suas contas públicas, ajudando a fortalecer a posição brasileira no cenário internacional, defendeu Charles Collyns, director-adjunto do departamento do hemisfério ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), indicando sati

05 de Novembro de 2004 às 16:32
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O Brasil tem gerido bem as suas contas públicas, ajudando a fortalecer a posição brasileira no cenário internacional, defendeu Charles Collyns, director-adjunto do departamento do hemisfério ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), indicando satisfação pela decisão do Banco Central em aumentar os juros.

«O país está a ir muito bem na gestão das contas públicas e nos objectivos fiscais», disse Collyns, que chefia a missão que está no Brasil para a nona revisão do acordo com o FMI.

À saída de um encontro no ministério da Fazenda (Finanças), Collyns afirmou há pouco que é positivo que o superávit primário (receita menos despesas, excluídos os gastos com juros) do Brasil tenha ficado mais de 12 mil milhões de reais (3,3 mil milhões de euros) acima da meta acertada com o Fundo para os nove primeiros meses do ano.

Entre Janeiro e Setembro, o sector público economizou 69,771 mil milhões de reais (19,24 mil milhões de euros) para o pagamento de juros. A meta com o FMI para o período era de 56,9 mil milhões de reais (15,69 mil milhões de euros). Todo o saldo primário é utilizado no pagamento do serviço da dívida brasileira.

«É muito bom que o país esteja conseguindo cumprir seus objectivos fiscais e excedê-los para reduzir a dívida pública», acrescentou.

A dívida líquida do sector público atingiu em Setembro 940,5 mil milhões de reais (259,4 mil milhões de euros), o que representa 53,7% do Produto Interno Bruto (PIB), uma melhoria em relação ao mês passado. Este ano, a relação dívida/PIB já caiu cinco pontos percentuais.

Os representantes do FMI estão no Brasil para a revisão do acordo prorrogado para Março de 2005.

Se essa revisão for aprovada, o Brasil terá direito a uma verba de 1,4 mil milhões de dólares (1,087 mil milhões de euros), mas o governo brasileiro tem assinalado que não deverá sacar este dinheiro, considerando o empréstimo de carácter preventivo.

Esta é a nona revisão e a penúltima do acordo de 40,1 mil milhões de dólares (31,15 mil milhões de euros) assinado em Setembro de 2002.

Positiva política monetária prudente

Charles Collins também elogiou a atitude prudente do Banco Central brasileiro. «Estamos satisfeitos pelo Banco Central continuar conduzindo a política monetária de forma prudente», assinalou ontem à saída de uma reunião com Henrique Meirelles, governador da entidade central.

O Banco Central tem vindo a aumentar as taxas de juro desde Setembro para moderar a inflação que também pode ser induzida pela subida do preço do petróleo.

Na última reunião, o BC aumentou os juros em 50 pontos base para 16,75%. Na acta da reunião, a entidade destaca que «o Comité avalia que um aumento de 0,5 pontos percentuais, neste momento é mais condizente com a magnitude do movimento total capaz de promover a convergência da inflação para a trajectória de metas e com a velocidade óptima de implementação desse ajuste».

*Correspondente em São Paulo

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