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Farmácias reagem mal ao anúncio de Sócrates

O Governo quer que os medicamentos sem receita médica deixem de ser vendidos apenas em farmácias. Em nome da concorrência.

14 de Março de 2005 às 14:43
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«É tempo de resolver os estrangulamentos que impedem que o interesse geral se imponha aos interesses particulares», disse Sócrates. E se bem o disse, bem o fez, anunciando duas medidas concretas: o fim da exclusividade das farmácias na venda de medicamentos que não precisam de receita médica e uma revisão da constituição que permita que o referendo europeu se possa realizar no mesmo dia das eleições autárquicas.

O primeiro-ministro aproveitou a cerimónia de tomada de posse para dar estes dois exemplos e para explicar que, no caso dos medicamentos, esta medida vai ao encontro da defesa do consumidor e da defesa da concorrência. Este anúncio mereceu logo duas reacções distintas. A Associação Nacional de Farmácias (ANF) está contra e os distribuidores e os técnicos de diagnóstico estão a favor.

Em declarações à TSF, o presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro, disse estar «surpreendido» com o anúncio e diz não saber as razões que levaram o primeiro-ministro a avançar com esta medida, deixando também no ar a possibilidade de o «responsável pela Saúde ainda não ter tido tempo para estudar os dossiers». Isto porque, não há estudos em Portugal neste sentido e noutros países chegou-se à conclusão que a venda de medicamentos fora das farmácias pode não ser uma boa solução, adiantou.

Já a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição considerou que a medida «moderna e necessária para o bem-estar da população portuguesa» e disse revelar «coragem política e inteligência» por parte do novo chefe de Governo. «As acessibilidades aumentam e os preços vão baixar. Há uma tendência na Europa de abertura destemercado que não se justifica estar apenas confinado a um tipo de estabelecimento comercial», justificou José António Rousseau à TSF.

A Organização dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica também concorda com a medida, lembrando que este princípio já é seguido em toda a União Europeia e que é um ponto de partida para a discussão da questão.

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