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Famílias mantêm confiança na economia, empresas estão mais pessimistas

Em agosto, indicador de confiança dos consumidores estabilizou, com famílias mais confiantes na economia. Mas o clima económico agravou-se na perspetiva das empresas, apenas com exceção nos serviços.

Desde 1999 que não se verificava uma tão acentuada descida no consumo das famílias.
Entre os consumidores, o saldo das expetativas quanto à evolução futura dos preços está ao nível pré-invasão da Ucrânia António Pugliese
30 de Agosto de 2022 às 10:53
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Os consumidores portugueses mantêm a confiança na economia para os próximos 12 meses e veem melhorias na situação financeira pessoal, com um desagravamento das expetativas quanto à inflação. Ainda assim, as famílias estão agora menos disponíveis para realizar compras importantes, como trocar de carro ou comprar casa.

 

Nos dados divulgados nesta terça-feira pelo INE, o indicador de confiança dos consumidores portugueses estabiliza, após ter tido uma melhoria em julho, em tendência oposta à refletida nos dados para o conjunto da Zona Euro, que conheceu no último mês o momento mais baixo de sempre nas séries estatísticas.

 

"A estabilização do indicador observada no último mês resultou do contributo negativo das expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, que foi compensado pelo contributo positivo das restantes componentes: opiniões e expectativas relativas à situação financeira do agregado familiar e perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país", refere o INE.

 

O saldo das expetativas quanto à evolução futura dos preços está agora em queda há dois meses, e ao nível pré-invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

Já do lado das empresas, as expetativas estão mais negativas entre a generalidade dos sectores de atividade, com exceção apenas para os serviços, a anteciparem mais procura, mais atividade e mais emprego nos meses de outono e com melhorias na confiança.

 

Na indústria, observa-se agora uma quebra de confiança mais intensa, com opiniões transversalmente mais negativas quanto à evolução da procura e perspetivas de produção. Ainda assim, o INE nota melhorias nas perspetivas para os exportadores.

 

O indicador de confiança da construção também caiu, com opiniões mais negativas quanto a carteiras e encomendas e, sobretudo, emprego no sector.

 

No comércio há também apreciações mais negativas sobre volume de vendas e perspetivas de atividade para os próximos três meses.

 

No que toca à evolução de preços, as expetativas de comércio, serviços e indústria apontam para um desagravamento, enquanto na construção estabilizam. 

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