Notícia
Ex-comandante da Protecção Civil decisivo no relatório da Comissão Independente
José Manuel Moura, afastado do comando da Protecção Civil há um ano pelo actual Governo, foi o principal responsável pelas críticas do relatório da Comissão Técnica Independente à actuação da Protecção Civil nos incêndios de Pedrógão, de acordo com a TSF.
O relatório da Comissão Técnica Independente não deixa margem para dúvidas: a actuação da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) nos incêndios de Junho esteve recheada de decisões operacionais questionáveis e uma actuação mais célere poderia ter evitado algumas das consequências catastróficas que se vieram a verificar. Por sua vez, a ANPC criticou algumas das conclusões desta Comissão e, esta sexta-feira, a TSF noticia que a parte de leão das críticas foi escrita pelo comandante nacional afastado no ano passado pelo actual Governo.
A estrutura de comando da Protecção Civil acusou o relatório da CTI de conter "erros e omissões" que geram "contradições de referência, confundindo as conclusões a reter", e sublinha que tem como objectivo levar os cidadãos a concluir que "houve inépcia e inoperância do Comando Nacional de Operações de Socorro".
Ora, esta manhã, a TSF adianta que a parte essencial das críticas à actuação do comando da ANPC foi escrita pelo responsável por esse mesmo comando, afastado há um ano pelo actual Executivo. José Manuel Moura era um dos 12 técnicos da CTI, tendo sido nomeado para essa estrutura pelo CDS.
A emissora confirmou com outro dos peritos da comissão, o professor Paulo Fernandes, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que José Manuel Moura foi a pessoa que trabalhou mais a parte do relatório que diz respeito ao combate ao fogo e à resposta da Protecção Civil. Isto por ser "quem estava mais dentro dos procedimentos da ANPC por motivos óbvios", apesar de "terem existido contributos de outros membros da CTI", referiu Paulo Fernandes.
Outros dos peritos, entre os quais Sande Silva e Francisco Rego, garantem, contudo, que o trabalho é sólido e que não era possível que os 12 peritos estivessem a fazer todos o mesmo, sublinhando que nenhum capítulo foi assinado individualmente.