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Elisa Ferreira: “Temos de nos convencer que temos de viver sem fundos” comunitários

Em entrevista ao jornal Público, a comissária europeia fala sobre os apoios que vão chegar ao país e da necessidade de serem bem executados e de se “conseguir conciliar uma boa execução com uma boa utilização estratégica desses recursos”.

Elisa Ferreira quer que países adotem rapidamente novos fundos.
Sérgio Lemos
18 de Julho de 2022 às 09:32
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O desafio que se coloca ao país, numa altura em que este vai receber "três ou quatro vezes o que se investia em Portugal com fundos estruturais no último quadro" é "conseguir conciliar uma boa execução com uma boa utilização estratégica desses recursos", sendo que, "para haver essa utilização estratégica, tem de haver uma visão muito clara do que se quer fazer. Isto é, onde se quer que o país e cada uma das suas regiões estejam daqui a dez anos".

 

O aviso vem de Elisa Ferreira, comissária europeia, em entrevista ao jornal Público publicada esta segunda-feira. A boa execução destes fundos "é uma questão de compromisso de parte a parte e de responsabilidade", sublinha, lembrando que essa responsabilidade "não é só do Governo, é também dos cidadãos".

 

O Governo, recorde-se, assinou com a União Europeia, na passada quinta-feira, 14 de julho, o Acordo de Parceria do Portugal 2030, que vai permitir ao país o acesso aos fundos europeus, até ao final da década, do novo quadro comunitário. Em causa está um envelope financeiro de 23 mil milhões de euros.

 

"Esta ânsia por fundos que existe em Portugal… temos de nos convencer que temos de viver sem fundos, que temos de pensar num desenvolvimento normal, que o nosso objetivo é ter uma dinâmica económica e empresarial e de inovação, que se liberte desta dependência", sublinha Elisa Ferreira.

 

Para a comissária, "entra-se numa nova fase, em que tudo passa por acrescentar valor àquilo que se produz, por racionalizar e tornar a administração pública mais sofisticada e capaz e também pela própria economia e a ciência irem para um campeonato mais elevado".

 

Ou seja, o que está agora em cima da mesa não serão os investimentos de caráter infraestrutural, como a construção de estradas. "Há uma outra lógica que não é a da infra-estrutura da estrada pura e simples, é algo que se enquadra num plano de reordenamento do próprio sistema de transportes, de modo a que se transforme num sistema mais sustentável e, ao mesmo tempo, mais eficaz", concretiza.

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