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Elisa Ferreira: Teletrabalho e digitalização é "oportunidade" para pequenas cidades

A comissária europeia para a Coesão e Reformas defendeu esta quinta-feira o teletrabalho e a digitalização da economia como "uma grande oportunidade" para reforçar o papel dos centros urbanos de pequena e média dimensão e das áreas rurais.

Miguel Baltazar
17 de Junho de 2021 às 11:40
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Salientando que "nos últimos anos, alguns grandes centros urbanos na Europa têm vindo a atuar como impulsionadores do crescimento de emprego" e da inovação, Elisa Ferreira considerou que "o crescimento do teletrabalho e da nova economia digital abrem a porta aos centros de pequena e média dimensão" para que também eles possam desempenhar um papel nesse sentido.

"O teletrabalho e a digitalização têm vindo a expandir-se no último ano e eu vejo aqui uma grande oportunidade para repensarmos os nossos padrões de desenvolvimento", sublinhou Elisa Ferreira, que intervinha num seminário dedicado a uma "recuperação verde e justa para todos os territórios europeus".

É necessário, por isso, "redesenhar o mapa económico da Europa para benefício de todas as regiões" através da implementação dos "novos níveis de investimento substanciais, oportunidades digitais e conhecimento territorial", defendeu a comissária.

É por essa razão, explicou, que "cerca de metade do financiamento" dos programas da política de coesão para o período de 2021-2027 está reservado para "investimentos ambiciosos com vista a uma economia mais inteligente e mais verde", sobretudo "nas partes menos desenvolvidas da Europa".

Entre os projetos que poderão servir de exemplo nesse sentido, Elisa Ferreira destacou os projetos ecológicos, como investimentos em transportes públicos ecológicos, energias renováveis, rede elétrica inteligente [um sistema de energia elétrica com base na tecnologia e que é mais sustentável], bem como investimentos na infraestrutura digital.

"Estes investimentos têm de ser inteligentes, devem ser ambiciosos, mas, acima de tudo, devem ser inteligentes do ponto de vista territorial", frisou.

A responsável pela pasta da Coesão e Reformas do executivo comunitário apontou "dois desafios em particular" que a UE terá de enfrentar em matéria da política de coesão, nomeadamente as transições verde e digital, que, defendeu, "devem começar pelas cidades".

"As cidades são os nossos centros de atividade económica, de geração de conhecimento e de inovação, de envolvimento entre os cidadãos e a comunidade. As cidades desempenham, por isso, um papel essencial enquanto fornecedoras de serviços para as áreas adjacentes e isto é particularmente crucial para cidades de pequena e média dimensão", sublinhou.

Tendo em conta o "papel essencial" das cidades enquanto "centros de atividade económica, de geração de conhecimento e de inovação", Elisa Ferreira adiantou que cerca de 60 mil milhões de euros dos investimentos europeus para o desenvolvimento regional "estão reservados para projetos de desenvolvimento local conduzidos pelos decisões políticos locais".

O segundo desafio para a política de coesão são as "aldeias inteligentes e a inovação em áreas rurais", continuou a comissária, defendendo que "a especialização inteligente não é apenas relevante para as cidades, pois também tem uma elevada importância para as áreas rurais".

A Comissão Europeia encoraja, por isso, todos os 27 Estados-membros a "apoiarem a criação de aldeias inteligentes, investindo em ações de formação em tecnologia de informação em empresas de média dimensão fora do setor agrícola".

"Com os nossos novos instrumentos europeus, vivemos agora num momento único no qual os investimentos excecionais e a digitalização da economia podem ser geridos em conjunto para reequilibrar o território europeu", defendeu Elisa Ferreira, apelando para o reforço dos centros de média e pequena dimensão e das áreas rurais neste sentido.

O seminário "Recuperação verde e justa para todos os territórios europeus" esta inserido na semana do Programa de Cooperação ESPON (Rede Europeia de Observação para o Desenvolvimento Territorial e Coesão), no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE, dedicada à recuperação e resiliência e que visa apoiar a promoção da coesão territorial e o desenvolvimento harmonioso do território europeu.


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