Notícia
Economia portuguesa está em "apuros"
Os números do primeiro trimestre confirmaram as piores expectativas. Ainda antes da implementação das novas medidas de austeridade, Portugal entrou em recessão técnica. Os economistas estão pessimistas e admitem que a economia portuguesa continue "em apuros" durante os próximos trimestre.
13 de Maio de 2011 às 12:47
Os dados divulgados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), foram piores do que o esperado pela maioria dos economistas. A economia portuguesa entrou em recessão técnica (dois trimestres consecutivos em queda) no primeiro trimestre do ano, ao cair 0,7%, após uma contracção de 0,6% nos últimos três meses de 2010.
Estes números acabam por ser piores do que esperávamos, comentou o analista Duarte Caldas da IG Markets à agência Reuters. Esta ideia é partilhada por Paula Carvalho, economista do BPI, que sublinha que "no primeiro trimestre tivemos cortes de salários, aumento de impostos e todos os outros factores que implicaram um agravamento do custo de vida: subida de combustíveis, transportes e taxas de juros de curto prazo".
Os dados do INE não incluem os detalhes que justificam a evolução do PIB português (estes só serão conhecidos a 9 de Junho) mas tudo indica que a economia foi penalizada pela queda do consumo privado, a reflectir o impacto das medidas de austeridade nas famílias.
Duarte Caldas estima que as componentes do consumo privado deverão "piorar ainda mais" nos próximos trimestres devido às "alterações à estrutura do IVA e de investimento. E deixa uma alerta: "O ponto de partida em termos de nível de crescimento do país, para acomodar as medidas de austeridade que aí vêm é preocupante".
Já o economista Filipe Garcia, também citado pela Reuters, antecipa que a "situação de divergência [entre Portugal e outros países europeus, como a Alemanha ou a França] só tende a piorar nos próximos trimestres, como é fácil de prever pela aplicação do plano de austeridade".
Diego Iscaro, economista do Global Insight, sublinha que a "subida da inflação e a deterioração das condições do mercado de trabalho vão pesar sobre o consumo, que será também penalizado pela austeridade orçamental e condições de crédito apertadas". "Prevemos que a economia portuguesa continue 'em apuros' durante os próximos trimestres", antecipa.
Estes números acabam por ser piores do que esperávamos, comentou o analista Duarte Caldas da IG Markets à agência Reuters. Esta ideia é partilhada por Paula Carvalho, economista do BPI, que sublinha que "no primeiro trimestre tivemos cortes de salários, aumento de impostos e todos os outros factores que implicaram um agravamento do custo de vida: subida de combustíveis, transportes e taxas de juros de curto prazo".
Mesmo antes do impacto das medidas de austeridade que serão implementadas pelo próximo Governo e que se deverão fazer sentir na segunda metade do ano, Portugal encontra-se já em recessão técnica.
Duarte Caldas, analista IG MARKETS
Duarte Caldas, analista IG MARKETS
Já o economista Filipe Garcia, também citado pela Reuters, antecipa que a "situação de divergência [entre Portugal e outros países europeus, como a Alemanha ou a França] só tende a piorar nos próximos trimestres, como é fácil de prever pela aplicação do plano de austeridade".
Diego Iscaro, economista do Global Insight, sublinha que a "subida da inflação e a deterioração das condições do mercado de trabalho vão pesar sobre o consumo, que será também penalizado pela austeridade orçamental e condições de crédito apertadas". "Prevemos que a economia portuguesa continue 'em apuros' durante os próximos trimestres", antecipa.