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IMD: Economia portuguesa mais competitiva, mas pouco
O ranking internacional da IMD dá conta da primeira melhoria em vários anos num campeonato de competitividade. Portugal sobre três posições, mas ainda fica na 43ª posição entre as 60 economias analisadas.
Portugal subiu três posições no ranking anual de competitividade da IMD, uma influente escola de gestão suíça.
O equilíbrio externo, os primeiros sinais de recuperação na economia e os preços baixos no País deram os principais contributos positivos para a recuperação nacional, a primeira desde 2009, e que levou Portugal à 43ª posição entre as 60 economias analisadas.
O País está no entanto longe do 34º lugar ocupado em 2009.
Segundo um comunicado da escola de gestão, a "Europa está melhor que no ano passado, devido à sua recuperação económica gradual".
"A Dinamarca (9ª posição) entra no ‘top’ dez, juntando-se à Suíça, Suécia (5ª posição), Alemanha (6ª posição) e Noruega (10ª posição). Entre as economias da periferia, Irlanda (15ª), Espanha (39ª) e Portugal (43ª) subiram no ranking, enquanto Itália (46ª) e Grécia (57ª) perderam lugares.
"A história de competitividade em 2014 é uma de sucesso contínuo nos EUA, de recuperação parcial na Europa e de esforços por muitos mercados emergentes", diz Arturo Bris, director do "IMD World Competitiveness Center", o departamento responsável pela elaboração do ranking.
"Não existe uma receita única para um país subir na escala nos rankings de competitividade, depende muito do contexto local", acrescenta na mesma nota divulgada à imprensa.
No caso português, as recomendações dos especialistas da escola de gestão identificam cinco desafios: reduzir a burocracia que trava o investimento, atrair investimento directo estrangeiro, implementar a reforma do sistema de justiça, manter a tendência de redução do défice público e garantir estabilidade fiscal às empresas.
A equipa do IMD também inquiriu um conjunto de gestores portugueses sobre a imagem que pensam que o País tem lá fora em termos de competitividade. Neste ranking, o Portugal cai quatro lugares para a 47ª posição.
O mesmo não se pode dizer dos irlandeses, por exemplo, que estando na 15ª posição consideram que o país é visto como o terceiro mais competitivo entre as 60 economias, apenas atrás da Alemanha e de Singapura.
O ranking de competitividade da IMD é publicado desde 1989 e actualmente cobre 60 economias. O indicador final resulta da computação de mais de 300 indicadores, quantitativos e qualitativos. Segundo a nota metodológica, os primeiros (onde se inclui por exemplo a inflação, o PIB ou o número de empregos) têm um peso de dois terços.
Os dados de inquérito, como por exemplo a disponibilidade de gestores qualificados, pesam o restante terço. As mais de três centenas de indicadores são depois agregados até à composição de 4 grandes áreas relevantes para a competitividade, também elas com ranking próprio: desempenho económico (54ª posição entre 60 países); eficiência do governo (48ª posição); eficiência das empresas (52ª posição) e qualidade das infra-estruturas (29ª posição).