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Durão Barroso e Strauss-Khan ajudam a desenhar mecanismo africano de estabilidade financeira

O antigo primeiro-ministro português e o ex-diretor do FMI integram o grupo de trabalho que está a ajudar o Banco Africano de Desenvolvimento a desenhar o mecanismo que visa proteger o continente contra todos os choques económicos exógenos,

Era Verão, mas politicamente ninguém diria. A saída do primeiro-ministro para o mais alto cargo europeu abriu uma crise em Lisboa, que levou à primeira maioria absoluta do PS.
Yves Herman/Reuters
28 de Maio de 2022 às 10:51
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O ex-primeiro-ministro português Durão Barroso e o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn são alguns dos "líderes de classe mundial" que estão a ajudar a desenhar o mecanismo africano de estabilidade financeira, anunciou o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento.

"Juntámos um grupo de líderes de classe mundial em finanças e economia que estão a ajudar o Banco" Africano de Desenvolvimento (BAD) a desenhar o mecanismo, que visa proteger o continente "contra todos os choques económicos exógenos", disse Akinwumi Adesina, na conferência de imprensa que encerrou os encontros anuais do BAD, que decorreram esta semana em Acra, capital do Gana.

O banqueiro lembrou que África "é o único continente que não tem um sistema que o proteja destes choques". Adesina disse que durante os seus encontros anuais o BAD recebeu um forte apoio aos seus esforços para desenvolver este mecanismo.

Questionado pelos jornalistas, o responsável explicou que o banco criou um grupo de trabalho que inclui, além de Strauss-Kahn e Barroso, o ministro das Finanças do Gana, Ken Ofori-Atta, a ex-ministra das finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, ou os economistas norte-americanos Joseph Stiglitz e Jeffrey Sachs.

"Temos as pessoas que ajudaram a União Europeia a desenvolver o mecanismo de estabilidade europeu, os que ajudaram a desenvolver o mecanismo árabe, o da América Latina (...) e estamos a trabalhar com o Fundo Monetário Internacional. Espero que quando os resultados saírem possamos fazê-lo avançar", disse Adesina.

Já na terça-feira, o presidente do Gana defendeu, na sessão de abertura dos encontros, a criação de um mecanismo africano de estabilidade financeira para proteger o continente de futuros choques económicos.

"A ironia de termos uma história cheia de choques económicos, mas sermos o único continente no mundo sem almofadas financeiras, tem de ser urgentemente remediado", disse então Nana Akufo-Addo.

O anfitrião dos encontros manifestou-se encorajado por ouvir que estão a ser dados passos no sentido da criação de um Mecanismo Africano de Estabilidade Financeira e convencido de que esse mecanismo permitirá a África contrariar os efeitos de futuras pandemias, entre outros choques.

* A Lusa viajou a convite do Banco Africano de Desenvolvimento
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