O presidente o Banco Central Europeu (BCE), Wim Duisenberg, disse ontem que a inflação europeia vai abrandar para abaixo da meta de 2%, sugerindo que a instituição poderá cortar os juros na Zona Euro brevemente.

«A inflação está a cair para níveis bastante abaixo do limite de 2%», afirmou Duisenberg (na foto), sublinhando que esta meta vai ser atingida «no início do próximo ano e (a inflação) vai permanecer» nesses níveis.

A taxa de inflação da Zona Euro abrandou pelo quinto mês consecutivo em Outubro, para os 2,4%, tornando mais fácil uma possível descida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE).

O mesmo responsável acrescentou que «estou certo que o Conselho dos Governadores do BCE vai tomar em consideração dos factores que levam a este fenómeno», sugerindo que pode estar para breve a redução da taxa directora da instituição.

Wim Duisenberg falava à margem da reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro (Ecofin), que decorreu ontem, citado pelas agências noticiosas internacionais.

As declarações do responsável máximo da autoridade monetária europeia vieram aumentar a especulação de que o BCE poderá reduzir a sua taxa directora já na sua próxima reunião, que está marcada para esta quinta-feira.

A principal taxa de juro do BCE situa-se actualmente nos 3,75%, depois das três reduções efectuadas desde o início deste ano, num total de 100 pontos base, na tentativa de estimular o crescimento da Zona Euro.

A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, através da redução dos encargos afectos à contracção de empréstimos. No entanto, esse movimento pode provocar também o incremento das pressões inflacionistas, devido ao aumento da procura, o que tem condicionado a acção do BCE.

Os analistas estimam que a Reserva Federal (FED) norte-americana vai cortar hoje a sua taxa directora em 50 pontos base para os 2%, colocando o preço do dinheiro nos Estados Unidos (EUA) no nível mais baixo dos últimos 40 anos.