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Detidos no escândalo dos selos só deverão ser ouvidos sexta-feira

Os nove detidos em consequência da operação anti-fraude desencadeada na terça- feira contra as empresas AFINSA e Fórum Filatélico, em Madrid, só deverão ser apresentados ao juiz na sexta-feira, indicaram fontes policiais.

11 de Maio de 2006 às 08:24
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Os nove detidos em consequência da operação anti-fraude desencadeada na terça- feira contra as empresas AFINSA e Fórum Filatélico, em Madrid, só deverão ser apresentados ao juiz na sexta-feira, indicaram fontes policiais.

Uma fonte policial contactada pela Lusa confirmou que as autoridades decidiram esgotar o período máximo permitido por lei, fixado em 72 horas, para a detenção dos responsáveis das duas empresas antes da sua apresentação a um juiz.

"Inicialmente previa-se a sua apresentação aos juízes hoje, mas foi decidido adiar-se para sexta-feira", referiu.

A mesma fonte precisou que até sexta-feira de manhã, quando termina o prazo, os detidos continuarão nas celas da Polícia Nacional em Canillas (Madrid), devendo depois ser apresentados a juízes da Audiência Nacional.

Entre os detidos estão o empresário luso-espanhol, Albertino de Figueiredo, fundador e Presidente honorário do grupo AFINSA, o seu filho, Carlos de Figueiredo Escriba, quadro dirigente da empresa, e ainda os espanhóis Juan António Cano, presidente da empresa, e Vicente Martín Peña, outro responsável.

A polícia deteve ainda F. Guijarro, que segundo fonte judicial é sócio de uma empresa afiliada à Afinsa, na casa de quem agentes policiais encontraram mais de 10 milhões de euros em dinheiro.

Um porta-voz da AFINSA garantiu hoje que Guijarro "não é nenhum quadro dirigente ou empregado" da empresa, negando igualmente que esteja ligado, através de outra empresa, ao grupo fundado há 26 anos por Albertino de Figueiredo.

Ainda por ser ouvidos estão também os quatro detidos nas rusgas ao Fórum Filatélico, entre os quais o presidente Francisco Briones.

Espera-se que antes da primeira audiência aos detidos os dois juízes responsáveis pelo caso, Santiago Pedraz e Fernando Grande-Marlaska, levantem o segredo de justiça que ainda pende sobre o sumário da acusação.

Até ao momento desconhecem-se as acusações específicas que pendem sobre cada um dos detidos na operação que, segundo a polícia, se prende com rede de burla "piramidal" das duas empresas avaliada em mais de quatro mil milhões de euros e que terá afectado até 350 mil pessoas.

A polícia afirmou no entanto que as duas empresas são acusadas de terem desenvolvido um "negócio fraudulento de captação massiva de poupanças em numerosas localidades espanholas", oferecendo uma rentabilidade alta e utilizando como garantia "lotes de selos de valores consolidado e outros bens móveis".

Pendem ainda sobre as empresas presumíveis delitos contra a fazenda pública, branqueamento de capitais, insolvência punível, administração desleal e falsificação documental.

A alegada rede de burla, de cariz "piramidal", centrava-se na utilização de investimentos mais recentes para pagar juros a investidores mais antigos, sem chegar nunca a efectivar as operações oferecidas aos novos clientes.

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