A Grécia está a considerar a saída da Zona Euro, segundo uma informação do "site" da "Der Spiegel". Uma reunião de emergência dos ministros das Finanças da Europa terá lugar hoje à noite em Luxemburgo, depois de ter sido convocada pela Comissão Europeia.

No entanto, o líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, já afirmou que não está programada nenhuma reunião ministerial.

Além disso, o Governo alemão, através do porta-voz Steffen Seibert, já negou que a saída da Grécia esteja em cima da mesa. "Não está nem tem estado em cima da mesa para o Governo alemão, nem está na agenda a nível europeu", salientou, citado pela Bloomberg.

A "Der Spiegel" escreve que o possível encontro em Luxemburgo entre os vários ministros das Finanças foi considerado "altamente confidencial". Só os ministros das Finanças e os mais importantes membros da Zona Euro terão sido convocados. Uma saída do país da Zona Euro poderá levar a um contágio, além de poder prejudicar a confiança na união monetária.

Os helénicos deverão estar também a colocar a hipótese de uma reestruturação "acelerada" da dívida soberana do país. A Alemanha, segundo a revista, opõe-se a esta saída da moeda única e quer persuadir o país do Sul da Europa a não o fazer.

Escreve a publicação que o ministro alemão, Wolfgang Schaueble, pretende impedir, nessa possível reunião, entretanto desmentida, que a Grécia abandone a moeda única.

Salienta igualmente que o responsável da pasta das Finanças da Alemanha irá levar consigo um estudo com as possíveis consequências da Grécia deixar o euro, dizendo que a nova divisa poderá desvalorizar-se até 50%, o que poderá levar a um aumento da dívida do país.

Nesse sentido, a publicação, que teve acesso ao documento, refere que reestruturação da dívida seria "inevitável" e levaria a uma fuga de capitais. E as medidas que a nação poderia implementar para contê-la poderão não ser conciliáveis com os direitos de liberdade do mercado europeu. A "Der Spiegel" salienta, assim, que o país poderá ser retirado dos mercados de capital durante anos.

A Grécia foi o primeiro país da Zona Euro a receber um auxílio financeiro, ao qual se seguiu a Irlanda e Portugal. Atenas tem sentido dificuldades para regressar novamente aos mercados internacionais e, nas últimas semanas, os juros pedidos no mercado de dívida secundários pelos investidores para deterem obrigações helénicas tem subido e já ultrapassou os 25%.