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Depois dos PIGS, chegam os IIPS

IIPS é o novo nome com que o FMI baptizou o grupo europeu de economias com problemas.

11 de Abril de 2012 às 18:25
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Em 2008, com a crise económica a revelar-se de forma mais acentuada em alguns países da chamada periferia da Zona Euro, rapidamente se disseminou um termo para os englobar: PIGS. Este acrónimo representava os quatro países que nessa altura estavam em maiores dificuldades devido ao endividamento e ao défice público: Portugal, Itália, Grécia e Espanha. Quando o “Financial Times” o usou, em Setembro desse ano, motivou acesos protestos, já que era considerado pejorativo.

Mas rapidamente entrou outro país para o “clube” dos países que eram vistos como mais inseguros: a Irlanda. Nessa altura, o acrónimo mudou para PIIGS e houve quem sugerisse até que passassem a PIIGGS, sendo que o segundo ‘G’ seria para ‘Great Britain’ (Grã-Bretanha). No entanto, os britânicos têm sido deixados de fora.

No ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) introduziu um novo acrónimo: EA4, ou seja, Euro Area 4. E que quatro países eram esses? Os três intervencionados pela troika (Grécia, Irlanda e Portugal) e Espanha. Num relatório sobre estabilidade financeira, o Fundo agora liderado por Christine Lagarde colocava Espanha no mesmo patamar de “perigo” que os três membros da Zona Euro que tinham precisado de ser resgatados. E foram precisamente esses quatro países do EA4 que viram a sua dívida pública ser mais castigada nos mercados.

Agora, o FMI procedeu a novas mudanças e criou o acrónimo IIPS. A Grécia ficou de fora, por já estar no último patamar de lixo (‘C’) na classificação da agência de “rating” Standard & Poor’s (que serviu de base à análise das dívidas soberanas mais ‘arriscadas’ da Europa).

Assim, mantém-se a Irlanda, Espanha e Portugal, saindo a Grécia e entrando Itália. Seguindo a lógica dos anteriores acrónimos, este deveria ser agora PIIS – mas, tal como sublinha o “Expansión”, a fonética do termo geraria mau-estar…

Assim, “IIPS é o novo nome com que o FMI baptizou o grupo europeu de economias com problemas. É o grupo que lhe serve para estabelecer comparações entre fortes e débeis”, explica o jornal espanhol.

“A boa notícia é que desta vez o FMI não diz que este clã económico seja o principal risco para a Europa, conforme referia no ano passado. A má notícia é que recorre agora a este relatório sobre a estabilidade financeira mundial para avaliar o novo papel dos activos seguros, em que os riscos soberanos são os protagonistas”, sublinha o “Expansión”.

Neste relatório, publicado este mês, o FMI apresenta um quadro com a selecção de 22 países da OCDE, no qual pode observar-se a deterioração de cada economia consoante o “rating” que tem sido atribuído pela S&P desde 1970.

“A situação não seria tão má se o problema se limitasse à Europa. Mas a perda do Triplo A dos Estados Unidos no ano passado demonstrou, como sublinha agora o FMI, que “nenhum activo pode considerar-se totalmente seguro”, assinala o jornal espanhol. “Até os activos com excelentes classificações estão sujeitos a riscos”.

Veja aqui o relatório completo do FMI sobre a estabilidade financeira mundial.
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