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Défice comercial agrava-se 986 milhões de euros até outubro

Nos dez meses de 2021 para os quais já há dados, a balança comercial ficou bem mais negativa do que no mesmo período de 2020, o primeiro ano da pandemia de covid-19. Défice acumulado até outubro atingiu quase 3,6 mil milhões de euros.

As empresas ganharam quota em Espanha e França, mas perderam na Alemanha, que é o terceiro maior cliente dos bens portugueses.
Paulo Duarte
22 de Dezembro de 2021 às 11:52
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Até outubro, a economia portuguesa já acumulou um défice comercial de quase 3,6 mil milhões de euros, mais 986 milhões do que o verificado no mesmo período de 2020 e longe do excedente de cerca de dois mil milhões do pré-pandemia. Os dados foram publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal e mostram como a recuperação da balança de serviços não está a ser suficiente para compensar a degradação do resultado das trocas de bens.

Nos primeiros dez meses do ano, a balança de bens acumulou um défice de 11.851 milhões de euros. Só em outubro, as contas pioraram 905 milhões de euros face ao mesmo mês de 2020, conforme assinala o Banco de Portugal, na nota de informação estatística publicada esta manhã.

Ainda assim, a instituição liderada por Mário Centeno explica que tanto o valor das importações, como até o das exportações, já ultrapassaram os números de 2019 e o défice acumulado até outubro até está abaixo do verificado nos primeiros dez meses do pré-pandemia.

Porém, as contas da balança comercial (bens e serviços) estão piores porque a balança de serviços ainda não recuperou. De janeiro a outubro de 2021, a balança de serviços registou um excedente de 8.290 milhões de euros, mais 669 milhões de euros do que em 2020. Mas este resultado ficou 7.451 milhões de euros aquém do que se conseguia em 2019. É esta diferença abissal que explica a degradação da balança comercial até outubro de 2021 face ao período pré-covid.

Conforme frisa o Banco de Portugal, tanto as exportações como as importações de viagens e turismo, uma das principais componentes da balança de serviços, dispararam em outubro face ao mesmo mês de 2020 (as vendas ao exterior mais do que duplicaram e as compras subiram 73,2%), tendo melhorado o saldo da balança comercial em 510 milhões de euros. Mas isso continuou a não ser suficiente para compensar as perdas dos bens, nem para atingir os níveis de 2019.

Economia segura excedente externo
Apesar do défice comercial ter afundado, considerando o conjunto das balanças correntes e de capital a economia portuguesa continua a registar um excedente. 

"O recebimento de mais fundos europeus foi determinante para o aumento do excedente da balança de rendimento secundário", indica a nota de informação do banco central, e "o recebimento, em julho de 2021, de cerca de 1.100 milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, proveniente da devolução da margem financeira no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, determinou que continuasse a existir um excedente da balança de capital", soma.

Contas feitas, o excedente externo acumulado de janeiro a outubro pela economia portuguesa fixou-se em 1.381 milhões de euros, 1.044 milhões de euros a mais do que o conseguido no mesmo período de 2020, mas 1.126 milhões de euros a menos do que o valor do pré-pandemia.
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