O secretário-geral da associação de defesa dos consumidores (DECO) disse que a aprovação da compra por parte da Brisa de 40% das Auto-estradas do Atlântico (AEA) é «um erro político grave».

Jorge Morgado reagiu desta forma à notícia de que o ministro da Economia anunciou que decidiu autorizar, com condições, o reforço da Brisa de 10 para 50% na AEA, operação que tinha sido proibida pela Autoridade da Concorrência (AdC).

O secretário-geral da DECO afirma, porém, que esta decisão tem de ter uma análise política e defende que, depois desta autorização, nada será como anteriormente.

«Pensamos que é um erro político grave o ministro intervir na decisão da Autoridade da Concorrência», afirmou Jorge Morgado.

«A partir de agora, nada será igual, porque a cada decisão desfavorável [da Autoridade da Concorrência], o lobby económico vai fazer pressão sobre o ministro», justificou.

Morgado refere, ainda, que a AdC tem «tido um trabalho muito importante» e que tem de «manter credibilidade e autoridade».

«Do ponto de vista legal, o ministro pode fazer isto, mas tem de haver uma análise política», disse, acrescentando lamentar que seja «o PS, que esteve na origem dos reguladores, a tomar esta decisão».