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David Plouffe aconselha políticos portugueses a tentar "imitar" o fenómeno

O director da histórica campanha que levou Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos disse hoje em Lisboa que não é fácil repetir em Portugal o feito alcançado pelo democrata até porque Obama teve uma "ligação única e inspiradora com os eleitores" mas que os partidos políticos portugueses só têm a ganhar em tentar fazê-lo.

30 de Março de 2009 às 14:12
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O director da histórica campanha que levou Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos disse hoje em Lisboa que não é fácil repetir em Portugal o feito alcançado pelo democrata – até porque Obama teve uma “ligação única e inspiradora com os eleitores” – mas que os partidos políticos portugueses só têm a ganhar em tentar fazê-lo.

“Nem todos os políticos conseguem fazer isto, mas é importante tentarem. A Internet e a tecnologia tornam isso possível e é um movimento que fortalece a democracia”, respondeu David Plouffe aos jornalistas, após intervir numa conferência na Universidade Católica sobre o tema “Construir um movimento de base no séc. XXI”.

“Nunca acreditei tão fortemente em ter as pessoas envolvidas na política”, acrescentou o homem que dirigiu aquela que é considerada a maior campanha política de todos os tempos, um ano antes de se realizarem três eleições em Portugal (europeias, legislativas e autárquicas).

O estratega da campanha democrata explicou esta manhã como conseguiu derrotar primeiro Hillary Clinton – “no início era claramente a candidata democrata mais forte” – e depois o republicano John McCain – “o candidato perfeito para um filme sobre política” – ao montar e gerir uma estrutura de milhões de colaboradores em todos as cidades e todos os Estados norte-americanos, milhões de voluntários que dedicavam à “causa Obama” uma média de 20 horas por semana.

Obama foi o primeiro candidato à Casa Branca a abdicar de receber financiamento público para poder recolher fundos privados, quebrando também este record. Entre o dinheiro doado para a campanha, para a convenção nacional democrata, no período de transição e para a tomada de posse, o esquema montado por Plouffe conseguiu recolher perto de mil milhões de dólares.

“A média dos contributos financeiros foi de 85 dólares por pessoa e quem deu mais dinheiro foram os jovens e os reformados, não foram médicos, engenheiros ou professores”, referiu Plouffe, sublinhando a “pressão diária” que exercia sobre os colaboradores para os convencer a contribuir com mais dinheiro e mais disponibilidade de tempo para “algo muito maior”, que referiu também como “big picture”.

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