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Crescimento na Europa e EUA vai continuar fraco

As perspectivas de crescimento económico na Europa e nos EUA deverão manter-se limitadas e Portugal é um dos países que enfrenta um processo penoso de ajustamento, diz Olivier Blanchard.

06 de Setembro de 2010 às 11:12
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Em entrevista publicada hoje no jornal francês “Le Figaro”, o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que as perspectivas de crescimento económico na Europa e nos Estados Unidos deverão manter-se limitadas, apesar dos dados mais fortes no Velho Continente, especialmente na Alemanha.

Apesar dos dados melhores do que o esperado relativamente ao PIB do segundo trimestre na Europa, o crescimento deverá manter-se fraco tanto na Europa como nos EUA, segundo o economista. “Uma andorinha não faz a Primavera”, salientou Blanchard, citado pelo “iMarkets News”.

Por outro lado, Olivier Blanchard disse não concordar com a ideia de que a crise da dívida soberana já terminou e que as suas consequências reais estão limitadas, sublinhando o “penoso processo de ajustamento” com que se deparam países como Portugal e a Grécia.

“De momento, as medidas levadas a cabo pelas autoridades europeias, com a ajuda do FMI, acalmaram os mercados. No entanto, os países em apuros terão, ao mesmo tempo, que reequilibrar os seus orçamentos e responder aos seus problemas de competitividade”, afirmou.

Para Blanchard, não tem grande importância se a Europa consegue ou não reduzir o seu défice orçamental geral para 3% do PIB em 2013 ou 2014. Na sua opinião, o que importa é que cada governo apresente um plano de consolidação de médio prazo que seja coerente e credível.

O responsável do FMI disse ainda, citado pela “FoxBusiness”, que um abrandamento económico nos EUA teria um impacto automático [não enorme, mas ainda assim significativo] sobre o crescimento na Ásia no curto prazo, mas que é possível haver um “decoupling” (diminuição da correlação) entre os mercados emergentes e as economias desenvolvidas no médio prazo, uma vez que os países da Ásia e América Latina estão a ter uma maior procura interna.

Questionado sobre se o G-20 deveria fazer constar da sua agenda a questão das taxas de câmbio, o economista-chefe do FMI deu a entender que não seria uma boa ideia. “Seria contraproducente haver uma focalização na taxa de câmbio; essa é apenas uma das peças do puzzle”, declarou Blanchard ao “Le Figaro”.

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