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Costa: Portugal está a recuperar e acomodou desaceleração externa
O primeiro-ministro apelou esta segunda-feira a empresários, muito deles estrangeiros, para que transmitam uma nova percepção de Portugal e defendeu que o país está em recuperação económica, tendo conseguido acomodar os efeitos da desaceleração no plano externo.
Perante uma plateia constituída maioritariamente por empresários portugueses e de multinacionais instaladas em Portugal, António Costa pediu-lhes um envolvimento para a "construção de uma nova imagem e de uma nova percepção sobre Portugal, em particular nos Estados Unidos".
"Uma imagem e uma percepção de um país moderno, de um país de confiança. Só com confiança se conseguirá atrair mais investimento e se conseguirão aumentar as exportações", sustentou o líder do Executivo, num jantar da Câmara de Comércio Americana, em Lisboa.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro advogou que o programa de recuperação económica do seu Governo "está em plena execução e tem sido um instrumento importante para acomodar os efeitos da desaceleração da economia mundial".
"Em paralelo, aprovámos numa visão de médio prazo o Programa Nacional de Reformas Sobre esse Programa, a Comissão Europeia já declarou que revela um grau de ambição suficiente para fazer face aos desequilíbrios excessivos, apresenta medidas relevantes para dinamizar a competitividade e reduzir a dívida privada", apontou.
Depois de elencar uma série de medidas que disse já terem sido tomadas pelo seu executivo para o relançamento da economia portuguesa, António Costa falou sobre o cenário macroeconómico do país.
"A Comissão Europeia, apesar de algumas divergências sobre o impacto de algumas medidas ou sobre o cenário macroeconómico, reconhece pela primeira vez que Portugal cumprirá em 2016 o objectivo de ter um défice inferior a 3%. Podemos discutir se é 2,2% ou 2,7%, mas o que não há dúvidas é que será pela primeira vez inferior a 3% e permitirá a Portugal sair do procedimento de défice excessivo e beneficiar de outras oportunidades para apoiar o investimento e promover o crescimento", salientou.
Num balanço sobre seis meses de funções governativas, António Costa destacou também que o seu Governo "tem estado fortemente empenhado na estabilização do sistema financeiro".
"O país não pode adiar a solução dos problemas do seu sistema financeiro e continuar a ver acontecer o que já por duas vezes aconteceu desde a conclusão do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro. Desde esse momento já duas importantes instituições foram objecto de resolução - resoluções essas que tiveram efeitos negativos para os contribuintes, para as outras instituições e também para a confiança no sector", referiu.
É por isso, segundo António Costa, que o seu executivo está a trabalhar para "melhorar os quadros de supervisão e de resolução, nomeadamente separando os dois sistemas". "Continuamos também a trabalhar para encontrar soluções que permitam melhorar a situação do balanço dos bancos. Precisamos de reforçar a confiança no sector assegurando a sua estabilidade", completou o primeiro-ministro.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro também manifestou apoio ao Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). "Portugal apoia, desde o seu lançamento, a conclusão do acordo não só porque a relação de Portugal com os Estado Unidos integra as prioridades estratégicas da política externa portuguesa, mas também porque a vertente económica deste relacionamento é uma das dimensões com maior potencial de crescimento", justificou.