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Comissão analisa contas em Lisboa na véspera do OE

O futuro da política orçamental está fortemente condicionado pela avaliação que Bruxelas fará das contas públicas. Finanças confiam que credibilidade do Governo “sairá mais uma vez reforçada”.

Sara Matos
03 de Outubro de 2016 às 21:55
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A Comissão Europeia está em Lisboa a analisar o estado das contas públicas e da economia, uma consulta que é particularmente importante para o futuro da política orçamental do País.

A visita está inserida nos trabalhos de recolha de informação para as previsões macroeconómicas de Outono da Comissão – que serão conhecidas em Novembro – e que marcarão o tom da percepção de Bruxelas aos desenvolvimentos macroeconómicos e orçamentais no país. Como é habitual, os trabalhos decorrem a menos de duas semanas da apresentação do Orçamento do Estado (OE) e do envio à Comissão Europeia um esboço do documento para validação. Mas desta vez há uma novidade importante.

cotacao A credibilidade do Governo e,
em particular do Ministério
das Finanças, junto das instituições europeias, sairá mais uma vez reforçada.
FONTE OFICIAL DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Quando no Verão o país se livrou à justa de sanções por mau desempenho orçamental entre 2012 e 2015, Portugal ficou também sujeito a novas recomendações: ter um défice de 2,5% do PIB este ano; fechar o Procedimento dos Défices Excessivos em 2016 para o que necessita de previsões de défice inferiores a 3% em 2017 e 2018; e garantir uma consolidação orçamental duradoura nos anos seguintes. 

É sobre as medidas que adoptou para ir ao encontro dessas recomendações que o país terá de prestar contas num relatório inédito a enviar até 15 de Outubro, sendo de esperar um resultado da avaliação de Bruxelas em Novembro. Esta avaliação juntar-se-á a que a Comissão Europeia também fará sobre o Orçamento para 2017.

O resultado destas avaliações terá implicações significativas. Se a Comissão ficar convencida, e considerar que o país "tomou medidas eficazes", e que continuará a reduzir o défices, então o agravamento decidido em Agosto do Procedimento dos Défices Excessivos seria suspenso. E no próximo ano, o próprio PDE poderia ser fechado, caso Portugal garanta défices inferiores a 3%  este ano e nos próximos.  Neste cenário, a suspensão de compromissos de fundos comunitários de 2017 que está em debate poderá ser evitada, ou pelo menos levantada antes de ter efeitos no terreno.

Já se a Comissão entender que o país não está a cumprir com os compromissos e que não tomou medidas eficazes, então o cenário torna-se negro: a suspensão de compromissos dos fundos comunitários que está em debate poderia até ser agravada, e regressaria novamente o cenário de aplicação de sanções.

Governo confiante

Ao Negócios fonte oficial do Ministério das Finanças garante que o Governo conseguirá um défice orçamental inferior a 2,5% do PIB este ano, mantém as metas orçamentais de 2017 assumidas com Bruxelas, e mostrou-se confiante que o Governo conseguirá convencer a Comissão, no que será mais um sucesso após a anulação da multa ao país e a recapitalização da CGD: "O Governo tem dado provas sucessivas de superação das expectativas dos analistas – no processo de recapitalização da CGD, no processo de sanções, para nomear apenas dois exemplos. A preparação do relatório obedece aos mesmos princípios de excelência, pelo que a avaliação será certamente positiva, retirando-se daí os dividendos no processo de suspensão de fundos. A credibilidade do Governo e, em particular do Ministério das Finanças, junto das instituições europeias, sairá mais uma vez reforçada."

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