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Comissão Executiva do FMI reitera plena confiança em Lagarde
Christine Lagarde foi considerada culpada pelo caso de negligência de gestão de fundos públicos, que remonta ao seu mandato enquanto ministra das Finanças de França, mas não recebeu punição.
A Comissão Executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou, em comunicado divulgado esta noite, plena confiança na sua secretária-geral. Isto depois de Christine Lagarde (na foto) ter sido, esta segunda-feira, considerada culpada pelo caso de negligência de gestão de fundos públicos, que remonta ao seu mandato enquanto ministra das Finanças de França.
"O contexto de crise financeira global na qual Lagarde se encontrava deveria ter sido tido em conta", declarou a juíza Martine Ract Madoux, citada pela Reuters. No entanto, a magistrada sublinhou a boa reputação e a posição internacional da antiga ministra das Finanças como razões para não atribuir uma punição, num caso que poderia levá-la a uma sentença de até um ano de prisão e uma multa de 15 mil euros. A líder do FMI também não terá qualquer registo criminal deste veredito.
"No exercício das suas responsabilidades de supervisão, a Comissão Executiva tem-se reunido regularmente, desde a nomeação da directora-geral em 2011, para avaliar se os desenvolvimentos de âmbito legal em França relacionados com a directora-geral afectam a sua capacidade de liderar o Fundo", explica aquele organismo.
E em resposta a mais uma análise, a Comissão Executiva determinou que tenciona continuar a trabalhar com Lagarde para "lidar com os difíceis desafios com que a economia mundial se confronta".
Este caso que envolve Lagarde prende-se com a disputa entre o empresário Bernard Tapie e o banco público francês Crédit Lyonnais pela venda da Adidas em 1993. Um diferendo que Lagarde, enquanto ministra das Finanças, viria a resolver em 2008, enviando o caso para um tribunal arbitral que decidiu o pagamento de uma indemnização estatal de 403 milhões de euros a Tapie, incluindo 45 milhões de euros para compensação de "danos morais".
O corpo de juízes, segundo a Reuters, não reconheceu negligência na decisão de Lagarde em encontrar um acordo extrajudicial com Bernard Tapie, mas antes no recurso da então ministra à arbitragem, que beneficiou o empresário e lesou o Estado Francês.
(notícia actualizada às 23:10)