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Cimeira luso-espanhola: Mercado ibérico do gás avança "nos próximos meses"
Uma maior integração na área da saúde e duas linhas de transporte ferroviário de mercadorias estão também entre as promessas de Passos e Rajoy na declaração conjunta da XXVII Cimeira luso-espanhola que decorreu esta quarta-feira em Vidago.
Os governos de Portugal e de Espanha acordaram esta quarta-feira, 4 de Junho, dar início aos trabalhos com vista à criação de um Mercado Ibérico do Gás (MIBGÁS) nos próximos meses. Estes trabalhos deverão ser concretizados através da criação imediata de grupos de trabalho técnicos e na preparação de um tratado internacional entre ambos os países.
"A criação do MIBGÁS e a dinamização do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) posicionará a Península Ibérica como uma alternativa de abastecimento de energia custo-eficiente para a Europa. Com este objectivo, [os dois Executivos] coincidiram na necessidade de agilizar a efectiva execução dos projectos de interesse comum de gás e electricidade e de assegurar o necessário financiamento, incluindo a nível europeu", lê-se na declaração conjunta da XXVII Cimeira.
Outra promessa de maior integração diz respeito aos cuidados de saúde transfronteiriços, "com especial enfoque para a prestação de cuidados de natureza urgente ou emergente". Para uma gestão eficiente dos seus sistemas de saúde e garantia de uma prestação de cuidados de saúde de qualidade, os dois países vão também identificar áreas com potencial para a criação de "centros de referência comuns, sinergias, competências e de recursos partilhados".
No plano das infra-estruturas, Passos Coelho e Mariano Rajoy, que se encontraram a sós em Vidago, reafirmaram a "importância estratégica" das ligações ferroviárias transfronteiriças Lisboa - Sines - Caia - Madrid - Irún e também Aveiro - Salamanca - Irún, sem fixarem prazos para a conclusão dos projectos.
Através de uma implementação calendarizada da bitola europeia, de electrificação e de condições na infra-estrutura para a circulação de comboios de mercadorias de 750 metros, com pendentes adequadas, sustentaram os responsáveis políticos, estas linhas permitirão o transporte de alta capacidade de mercadoria na Península Ibérica e além Pirenéus.