A China vai deixar que a sua moeda, o yuan, aprecie até 10% contra o dólar para indexá-la a um cabaz de divisas até ao final do ano, segundo as previsões da Merrill Lynch.

A reavaliação da moeda é necessária para abrandar a inflação e impulsionar o crescimento, o emprego e a estabilidade financeira, defenderam os analistas da Merrill Lynch num relatório do banco de investimento.

«A actual política cambial é bastante inconsistente com os objectivos internos da política da China», refere o relatório.

«Esperamos uma alteração do regime dividida em duas partes: uma reavaliação significativa (em 10%) e um movimento coincidente para um cabaz indexado a taxas de câmbio com uma banda de flutuação na ordem dos 5%, até ao final de 2004».

A China fixou o yuan, desde 1994, e valorizou-o em 8,3 yuans por dólar desde 1995. Esta medida foi criticada pelos parceiros comerciais, incluindo os EUA e o Japão, que afirmam dar à China uma vantagem de negociação pouco justa.

O défice comercial dos EUA com a China atingiu um recorde de 103 mil milhões de dólares (84 mil milhões de euros) no ano passado, período durante o qual o dólar caiu 17% contra o euro e 9,7% face ao iene, tornando os bens chineses mais baratos no mercado internacional.

O dólar seguia nos 1,2192 dólares por euro e 110,10 ienes por dólar, em Tóquio. Os contratos «forward» (FRA) do «yuan» sinalizam que a moeda chinesa poderá apreciar para os 7,9220 num intervalo de um ano se for livremente transaccionado, o que compara com a actual taxa fixa de 8,2770, realizando um ganho potencial de 4,5%.

A economia da China, a sexta maior do mundo, deverá crescer cerca de 8% este ano, após ter crescido 8,6% em 2003, revela uma sondagem da Bloomberg.