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China termina com quarentena para viajantes e dá sinais de fim da política "zero covid"
Desde o início dos protestos contra a política "zero covid-19" da China, Pequim tem aliviado algumas medidas. A mais recente é acabar com a quarentena imposta aos viajantes que chegam ao país.
Pequim volta a aliviar as medidas impostas para combater a covid-19. A partir do próximo dia 8 de janeiro, os visitantes que cheguem à China já não irão precisar de fazer quarentena, pelo que terão apenas de apresentar um teste negativo realizado 48 horas antes da chegada ao país, segundo um comunicado da Comissão Nacional de Saúde publicado esta segunda-feira.
Pequim vai ainda revogar os atuais limites impostos à quantidade de vossos internacionais que ligam a China ao resto do mundo, assim como os tectos sob a capacidade de passageiros que pode transportar cada avião.
Formalmente, o sinal de alarme passou do mais elevado, para o segundo mais elevado. Ainda assim, a Comissão Nacional de Saúde comprometeu-se a continuar a monitorizar o vírus e tomar as medias necessárias para terminar com os surtos de novos casos. Pequim deixa ainda de classificar a covid-19 como "pneumonia por coronavírus" por apenas "infeções por coronavírus", devido aos sintomas mais ligeiros da variante ómicron.
"[A covid-19] vai manter-se na natureza durante muito tempo", pode ler-se no comunicado da Comissão. No entanto, para o organismo responsável pelo combate à covid-19, o vírus vai "gradualmente transformar-se numa doença respiratória comum". A Comissão recordou ainda que 90% dos casos desta nova variante são considerados "leves ou assintomáticos".
A Comissão Nacional de Saúde indicou ainda que a China vai melhorar o tratamento de doentes graves, aumentando o número de dispositivos médicos como ventiladores, e aumentando as unidades de cuidados intensivos, segundo uma entrevista concedida ao Diário do Povo esta terça-feira por Jiao Yahui, um dos altos quadros desta comissão.
Já Li Qun, funcionário do Centro e Controlo de Prevenção de Doenças admitu, citado pela Bloomberg, a possibilidade de reduzir os relatórios sobre novos casos da atual periodicidade diária para mensal.
Desde meados de novembro, quando se iniciaram os protestos em várias regiões da China contra a execução da política "covid-19 zero", Pequim tem aliviado algumas medidas restritivas dando sinais de que esta política está prestes a chegar ao fim.
Este sinal foi encarado pelos investidores como uma boa notícia que pode significar a reabertura da economia chinesa e que foi espelhado nos ganhos da praça de Xangai que na última sessão somou mais de 1,2% liderando os ganhos entre os pares asiáticos. Hong Kong esteve encerrada.
Ainda assim, o Governo chinês estima, ainda que sem divulgar publicamente e segundo o Financial Times, que nos primeiros 20 dias de dezembro 250 milhões de chineses devam ter contraído covid-19. As previsões contrastam com as suas declarações públicas e com algumas decisões, como o fim da realização de testes em massa em grande parte do país.