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China deixa de publicar dados sobre desemprego jovem

A medida faz levantar questões de transparência, já que não é a primeira vez que Pequim veda o acesso a dados oficiais.

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A China anunciou esta terça-feira que vai deixar de divulgar os dados relativos ao desemprego jovem, que tem vindo a subir a pique. Pequim justifica esta suspensão com a necessidade de rever a metodologia do indicador.

O Gabinete Nacional de Estatística já não publicou os dados no relatório de julho, publicado esta terça-feira. O desemprego jovem - entre os 16 e os 24 anos - atingiu um valor recorde de 21,3% em junho, e no mês passado o alerta era de que o valor deveria continuar a subir.

Um porta-voz do gabinete disse que o indicador precisa de "maior otimização", incluindo para perceber se "estudantes à procura de emprego antes de se formarem devem ser contados nas estatísticas de emprego".

Esta não é a primeira vez que Pequim veda ou atrasa o acesso a dados oficiais, algo que é visto com desconfiança pelo mercado, que interpreta a falta de transparência como um alerta em relação ao estado da economia.

Um dos exemplos mais noticiados foi o da alteração da forma de contagem das mortes por covid-19, no pico da pandemia.

"A decisão de parar de publicar o desemprego jovem não vai ajudar com o sentimento dos investidores internacionais", diz à Bloomberg Carlos Casanova, do Union Bancaire Privee, indicando que esta decisão levanta a possibilidade de o desemprego jovem em julho ser ainda mais elevado que os 22% previstos.

O portal estatal China News Service noticiou na semana passada que 47% dos licenciados de 2022 regressaram a casa seis meses depois de se formarem, mais que os 43% registados em 2018.
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