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China avisa Austrália, EUA e Reino Unido após acordo sobre submarinos nucleares

A China advertiu esta terça-feira que os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido continuam num "caminho errado e perigoso", após Camberra anunciar a compra de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear para modernizar a sua frota.

Thomas Peter / Reuters
14 de Março de 2023 às 11:30
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O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Wenbin disse que o acordo, designado AUKUS - acrónimo para Austrália, Reino Unido e Estados Unidos - é resultado de uma "mentalidade típica da Guerra Fria" que "vai apenas motivar uma corrida armamentista, prejudicar o regime internacional de não-proliferação nuclear e prejudicar a estabilidade e a paz regional".

"A última declaração conjunta emitida pelos EUA, Reino Unido e Austrália mostra que os três países estão a seguir um caminho errado e perigoso para os seus próprios interesses geopolíticos, ignorando completamente as preocupações da comunidade internacional", disse Wang, em conferência de imprensa.

O presidente dos EUA, Joe Biden, voou para San Diego, no estado da Califórnia, para se encontrar com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. Os três lideres saudaram a parceria nuclear que vai dar à Austrália acesso a submarinos movidos a energia nuclear, que são mais furtivos e mais capazes do que navios movidos convencionalmente.

A medida é vista como reposta ao crescente músculo militar da China na região da Ásia Pacífico.

Biden enfatizou que os navios não vão transportar armas nucleares de nenhum tipo. Albanese disse que não acha que o acordo seja suscetível de azedar o relacionamento entre a Austrália e a China.

Wang repetiu as alegações da China de que o AUKUS representa um "grave risco de proliferação nuclear" e uma "violação do objeto e propósito do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares".

"Os três países afirmam que cumprirão os mais altos padrões de não-proliferação nuclear, o que é puro engano", disse Wang, acusando os três de "coagir" a Agência Internacional de Energia Atómica a dar a sua aprovação.

O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, disse hoje que o AUKUS era necessário para combater o maior acúmulo militar convencional na região desde a Segunda Guerra Mundial. As autoridades australianas disseram que o acordo vai custar até 245 mil milhões de dólares, nas próximas três décadas, e criar 20.000 empregos.

Marles afirmou que fez um grande esforço diplomático meses antes do anúncio do acordo, incluindo mais de 60 telefonemas para líderes regionais e mundiais. A Austrália ofereceu-se para manter a China informada, disse.

O AUKUS é um dos vários acordos e parcerias de segurança liderados pelos Estados Unidos que atraíram a ira da China, que classifica frequentemente blocos regionais dos quais é excluída como vestígios da Guerra Fria.
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