Notícia
Centeno diz que não sabe até onde podem subir as taxas de juro
O BCE voltou a subir as taxas de juro e Mário Centeno, o governador do Banco de Portugal, defende que a alternativa de manter a inflação elevada teria um "custo recessivo maior" do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca.
03 de Novembro de 2022 às 09:16
Depois de mais uma subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE), o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defende que não combater a inflação não é uma opção para o BCE.
Questionado sobre até onde podem chegar os juros, Centeno disse que "é muito difícil dizer qual é o valor mais elevado deste ciclo em termos das taxas de juro".
"Manter a inflação elevada teria um custo recessivo ainda maior", alertou em entrevista ao Público esta quinta-feira.
Ou seja, mesmo que sejam, em parte, justificadas pela guerra, o governador defende que a alternativa de manter taxas de inflação elevadas, teria um "custo recessivo maior" do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca.
Perante as acusações do primeiro-ministro, António Costa, e do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que, com a sua política, a autoridade monetária pode estar apenas a causar uma recessão, Mário Centeno, o único português presente nas reuniões do conselho de governadores do banco central, rejeitou reagir às críticas.
No entanto, na mesma entrevista disse também que "a maior parte da subida das taxas de juro por parte do BCE já pode ter ficado para trás" e pede às empresas e aos Estados para ajudarem na tarefa, com contenção nas margens de lucro e uma política orçamental moderada.
"O combate à inflação não é um exclusivo dos bancos centrais", afirma, avisando que, de outro modo, as subidas das taxas de juro terão de ser ainda maiores.
Questionado sobre até onde podem chegar os juros, Centeno disse que "é muito difícil dizer qual é o valor mais elevado deste ciclo em termos das taxas de juro".
Ou seja, mesmo que sejam, em parte, justificadas pela guerra, o governador defende que a alternativa de manter taxas de inflação elevadas, teria um "custo recessivo maior" do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca.
Perante as acusações do primeiro-ministro, António Costa, e do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que, com a sua política, a autoridade monetária pode estar apenas a causar uma recessão, Mário Centeno, o único português presente nas reuniões do conselho de governadores do banco central, rejeitou reagir às críticas.
No entanto, na mesma entrevista disse também que "a maior parte da subida das taxas de juro por parte do BCE já pode ter ficado para trás" e pede às empresas e aos Estados para ajudarem na tarefa, com contenção nas margens de lucro e uma política orçamental moderada.
"O combate à inflação não é um exclusivo dos bancos centrais", afirma, avisando que, de outro modo, as subidas das taxas de juro terão de ser ainda maiores.