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Catarina Martins diz que país "não deve viver pendurado" nas agências de rating

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu esta terça-feira que Portugal "não deve viver pendurado" nas agências de rating, sublinhando que é o crescimento económico que mede a sustentabilidade de um país.

Miguel Baltazar
30 de Maio de 2017 às 20:23
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Falando em Barcelos, à margem da visita a uma área fustigada pelos incêndios em 2016, Catarina Martins disse ainda que não foi a fazer o que as agências de rating exigiam que a economia portuguesa começou a melhorar e que o emprego aumentou.

 

"Não acho que o nosso país deva viver pendurado nas agências de rating, embora compreendamos as consequências que têm e os problemas para a dívida pública portuguesa. Mas o que mede a sustentabilidade de um país é o crescimento da sua economia e, como nós sabemos, o crescimento da economia portuguesa tem provado que está no avesso das agências de rating ou daquilo que a Comissão Europeia recomendam para o nosso país", referiu.

 

Catarina Martins reagia, assim, às palavras do comissário europeu dos Assuntos Económicos, que considerou hoje que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), merece também uma avaliação mais positiva por parte das agências de notação financeira.

 

"Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se dêem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem, e que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado", declarou Pierre Moscovici, perante a comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

 

Para a líder do Bloco, mais importante que a melhoria da notação financeira da dívida pública é que o governo português "continue a conduzir" a acção do país para proteger a economia, os salários, as pensões e o emprego. "Isso é o essencial, o resto logo se verá", enfatizou.

 

Lembrou mesmo que foi a fazer o contrário do exigido pelas agências de rating, não tendo medo de proteger os rendimentos do trabalho ou de ter uma política para uma economia produtiva e capaz de criar emprego, que Portugal começou a crescer.

 

"Se agora vierem melhorar o rating, muito bem. O que eu digo é que acção do nosso país tem de ser feita a pensar na economia real, no emprego, nas condições de vida de quem trabalha e de quem aqui trabalhou toda uma vida", concluiu.

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