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Carlos Costa: “A retoma económica não resolve o desemprego estrutural”
Governador do Banco de Portugal considera que o grande desafio do País passa pela absorção do desemprego estrutural.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, alertou esta terça-feira para o grande desafio que o País tem pela frente: a absorção do desemprego estrutural. E deixou um aviso: "Isso não será alcançado com a simples retoma económica".
“Este desemprego é estrutural e implica passar dos bens não transaccionáveis para transaccionáveis. O grande desafio é resolver o desemprego estrutural. A retoma económica resolve o problema do desemprego cíclico mas não o desemprego estrutural”, alertou o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, esta terça-feira na sessão de abertura do 5º Congresso Nacional dos Economistas que está a decorrer no Centro Cultural de Belém.
Na conferência dedicada ao tema “Reiventar Portugal na Nova Economia Global”, o governador Carlos Costa defendeu que o grande desafio do País “implica conjugar o aumento da produtividade com a criação de emprego nos sectores transaccionáveis incluindo turismo e saúde. Só há desenvolvimento sustentável se o País conseguir garantir o equilíbrio das Finanças Públicas, o equilíbrio externo, o crescimento per capita e a criação de emprego porque sem criação de emprego não há crescimento sustentável”.
Mas para conseguir que o crescimento seja sustentável é preciso “optimizar a produção instalada; evoluir para segmentos superiores nos sectores onde já estamos instalados (sector calçado por exemplo fez evolução notável na cadeia de valor); investir na diversificação sectorial por meios endógenos e atrair investimento estrangeiro”. Estes são, segundo o Governador, os quatro pilares que permitem “assegurar que o crescimento é sustentado e que absorvemos desemprego estrutural. Qualquer outro processo não tem saída”, rematou.