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Cáritas Portuguesa recebeu 1,769 milhões em donativos para Pedrógão Grande

A Cáritas Portuguesa recebeu quase 1,769 milhões de euros em donativos através de uma conta bancária, para apoiar as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, assegurando que o dinheiro está a ser aplicado na ajuda às populações.

Cofina Media
06 de Setembro de 2017 às 16:52
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Em comunicado, assinado pelo presidente, Eugénio Fonseca, a Cáritas indica que a conta na Caixa Geral de Depósitos foi aberta a 17 de Junho e que, na terça-feira, "contabilizava 1.768.976,76 euros": 345.000 euros provenientes de verbas próprias de oito Cáritas Diocesanas e da Cáritas Portuguesa e 917.000 euros recolhidos pela Conferência Episcopal nas dádivas dos ofertórios das eucaristias de 2 de Julho.

O esclarecimento surge na sequência "de suspeitas levantadas pelos presidentes das câmaras municipais de Pedrógão Grande, de Figueiró dos Vinhos e de Castanheira de Pera" sobre a forma como as várias entidades estão a gerir os donativos, sublinhando a Cáritas que "não se sente atingida" por estas suspeições.

A nota refere que a 11 de Agosto saíram 100.000 euros desta conta para ajudar vítimas dos incêndios do concelho de Mação, à responsabilidade da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco.

A Cáritas Portuguesa acrescenta que a partir de 28 de Julho "ficaram cativos" 1,3 milhões de euros para a Cáritas Diocesana de Coimbra "cumprir os compromissos assumidos com o REVITA [fundo gerido pelo Governo para apoiar as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande], que indicou para intervenção à Cáritas 40 casas (21 reconstrução total e 19 parcial)".

A 1 de Setembro, a Cáritas Diocesana de Coimbra tinha na sua conta solidária perto de 479.000 euros. O comunicado explica que a verba cativa da Cáritas Portuguesa [1,3 milhões de euros] e o montante angariado pela Cáritas Diocesana de Coimbra "perfaz a verba prevista para dar resposta ao compromisso assumido" no âmbito do Revita.

Na última semana, segundo a Cáritas Portuguesa, iniciaram-se as intervenções da maioria das habitações de reconstrução parcial, tendo o presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra, padre Luís Costa, acompanhado de uma equipa de arquitectos, se deslocado ao local "para apresentar, individualmente e de forma detalhada, cada projecto aos seus beneficiários".

"Estiveram em 12 habitações, contando, durante a próxima semana, entregar os projectos às restantes. Prevê-se que, durante esta semana, sejam também elaborados os cadernos de encargos e se iniciem os pedidos de orçamento para execução das reconstruções totais", frisa a nota, acrescentando que foram angariados até ao final da semana passada 55.748 produtos e que os bens entregues às famílias e vítimas dos incêndios ascendem às 13.644 unidades.

A Cáritas Portuguesa esclarece que aquando da abertura da conta solidária, e antecipando, pela experiência do passado, que novas situações poderiam deflagrar noutras zonas do país, "conscientemente designou a sua conta solidária de "'Cáritas, com Portugal, abraça vítimas dos incêndios'".

Assim, os donativos depositados nesta conta "podem legalmente" ser conduzidos para o auxílio a vítimas dos incêndios de Mação, Oleiros, Vila de Rei, Vila Velha de Rodão, Abrantes e Gavião.

Nesse sentido, a Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco assumiu o compromisso de reconstrução total de cinco casas, 10 de reconstrução parcial e a aquisição de equipamento para duas empresas familiares, num total de 563.000 euros.

A Cáritas Portuguesa explica que, como já entregou os 100.000 euros da conta para a ajudar vítimas do concelho de Mação, e que estão cativos os 1,3 milhões de euros para fazer face aos compromissos assumidos com o Fundo Revita, existe actualmente na conta perto de 369.000 euros.

Para chegar aos cerca de 563.000 euros de custos [contabilizando os 100.000 euros já entregues] ficam a faltar perto de 94.000 euros "para a satisfação total dos compromissos", razão pela qual a Cáritas Portuguesa reabriu a 25 de agosto a sua conta solidária que estará aberta até 22 de setembro.

Também em comunicado, a RTP esclarece que "após os graves incêndios do mês de julho na região centro" criou uma linha solidária com a MEO, cujas receitas reverteram para a Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, que ascendem a 134.000 euros.

A RTP associou-se igualmente ao concerto solidário Juntos Por Todos, cujas receitas, de 1,190 milhões de euros, reverteram para a União das Misericórdias Portuguesas.
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