Notícia
Cada investidor "gold" entra em Portugal com dois familiares
O investimento até quebrou, mas subiu o número de descendentes e ascendentes trazidos ao abrigo do reagrupamento familiar, indiciando que cada vez mais os estrangeiros estão a comprar casas para ficar mesmo no país.
Em 2017 entraram 2.678 estrangeiros em Portugal com o estatuto de familiares de investidores que beneficiaram do chamado visto "gold". E ao contrário do que aconteceu com as autorizações de residência para actividade de investimento, que recuaram de 1.414 para 1.351, o número de acompanhantes subiu 14% no ano passado.
Em média, como mostram os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), citados pelo DN, cada investidor traz consigo dois familiares, o valor mais elevado desde a entrada em vigor deste regime de atracção de investimento, em Outubro de 2012. A legislação permite o reagrupamento familiar, abrangendo descendentes e ascendentes, desde que dependentes do investidor.
"As pessoas vêm primeiro e depois trazem a família. Ficam cá, desenvolvem outros investimentos e actividades. Trazem primeiro a mulher e os filhos e, se as coisas continuarem a correr bem, também os pais e os sogros querem vir para Portugal", apontou ao mesmo jornal o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow. E são mesmo a China e o Brasil que surgem em destaque neste particular.
O investimento captado através dos vistos "gold" diminuiu 3,4% em 2017, face ao período homólogo, para 844 milhões de euros. O requisito da aquisição de bens imóveis continua a ser a grande fonte, representando 770 milhões de euros, tendo sido angariados 73,5 milhões de euros pelo critério de transferência de capitais, pelo qual foram atribuídas 70 autorizações. Só duas resultaram de um investimento que criou, pelo menos, dez postos de trabalho.
No que toca à concessão de vistos "gold" para investimento em reabilitação urbana, Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), adiantou ao Negócios que já foram concedidos 84 por essa via, a maioria deles (75) no ano passado. Segundo dados da CPCI, o investimento daqui resultante totaliza cerca de 30 milhões de euros, com o responsável a criticar que este programa "está uma desgraça absoluta" e "é necessário que não caia no esquecimento".