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Bruxelas revê crescimento de Portugal em baixa ligeira para 1,2%

Início do ano é marcado ainda por perspetivas fracas, com emprego e salários a apoiarem recuperação. "É um abrandamento numa economia que está ainda a crescer e que teve crescimento forte no ano passado", diz Gentiloni.

Comissão Europeia avisa que impacto das medidas para mitigar preços da energia pode estar subavaliado, já que Estados-membros podem ter de manter as medidas ao longo de 2023.
Johanna Geron/Reuters
15 de Fevereiro de 2024 às 10:03
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Num quadro de menor crescimento esperado na Zona Euro, a Comissão Europeia reviu nesta quinta-feira em ligeira baixa a previsão de crescimento da economia portuguesa para este ano, apontando agora para uma subida do PIB de 1,2%.

As novas projeções europeias de inverno, divulgadas pelo Comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, mantêm ainda assim o horizonte largamente inalterado, com Bruxelas a manter a expectativa de um crescimento de 1,8% em 2025, tal como antecipava em novembro último.

"Em face da fraca procura dos principais parceiros comerciais, o crescimento económico, deverá manter-se contido no início de 2024 para recuperar apenas gradualmente de seguida", reflete a nova publicação da Comissão.

Bruxelas reconhece melhorias no consumo e no investimento na segunda metade do ano passado, mas com a descida das exportações de bens e um mais fraco crescimento da procura turística externa a prejudicarem ainda os resultados do país. No trimestre final de 2023, o PIB terá crescido, em termos reais, 0,8%, após uma quebra de 0,2% no trimestre imediatamente anterior, recorda a Comissão.

 

Agora, para este ano, a expectativa é que o consumo privado beneficie de subidas sustentadas no emprego e nos salários, compensando largamente as despesas mais elevadas das famílias com juros mais altos no crédito à habitação, ao mesmo tempo que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência garante apoio aos números do investimento, segundo as previsões.

Por outro lado, não será de esperar um grande contributo da procura externa líquida para o crescimento. A Comissão avisa que as importações deverão superar as exportações.

Mas, se as perspetivas não são pujantes, Paolo Gentiloni escolheu antes destacar o crescimento português e das restantes economias do euro, mesmo que baixo, face a um cenário internacional onde Japão e Reino Unido entraram em território recessivo.

 

"Claro que há desafios, mas vemos um forte crescimento do emprego em Portugal e, no retrato geral, julgo que todos ouvimos nesta manhã notícias do Japão e do Reino Unido. É a situação em que estamos. O facto de a UE ter evitado a recessão é positivo sob qualquer perspetiva e o facto de alguns países como Portugal terem crescimento de nível elevado é muito bom", defendeu o comissário, questionado pelos jornalistas na conferência de imprensa de apresentação das novas projeções.

"Compraria imediatamente este abrandamento (em Portugal), e em toda a Zona (Euro). É um abrandamento numa economia que está ainda a crescer e que teve crescimento forte no ano passado, de 2,3%, e que ainda crescerá neste ano 1,2% e no próximo 1,8%", salientou ainda.

O crescimento ocorre num quadro bastante melhorado na evolução dos preços, com a inflação a ser revista em baixa no espaço do euro e também em Portugal. As projeções apontam para que o índice harmonizado de preços no consumidor nacional – usado nas comparações europeias - avance em média 2,3% neste ano e 1,9% em 2025, num nos processos mais rápidos de desinflação no grupo do euro. Também Irlanda, Estónia e Finlândia exibem, nas previsões, valores de inflação abaixo dos 2% no próximo ano.

Ainda assim, "na primeira metade de 2024, o processo de desinflação deverá ser interrompido temporariamente por efeitos de base no sector da energia e pelo restabelecimento das taxas normais de IVA para produtos alimentares essenciais".

 

 

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