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Bolsas afundam e obrigações disparam com possível incumprimento do Dubai

As bolsas europeias caíram para o nível mais baixo das últimas três semanas e as obrigações dispararam, a reagirem à tentativa do Dubai de recalendarizar o pagamento da sua dívida. Esta situação está a abalar a confiança dos investidores que têm procurado os mercados emergentes para obterem retornos mais elevados.

26 de Novembro de 2009 às 11:22
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As bolsas europeias caíram para o nível mais baixo das últimas três semanas e as obrigações dispararam, a reagirem à tentativa do Dubai de recalendarizar o pagamento da sua dívida. Esta situação está a abalar a confiança dos investidores que têm procurado os mercados emergentes para obterem retornos mais elevados.

O Dow Jones Stoxx 600 seguia a perder 2,1% e as principais bolsas do Velho Continente caem entre 1,6% e 2,2%. Na Ásia, a tendência foi semelhante, com o Shangai Composite Index a afundar 3,6%, a maior queda desde Agosto.

Os Credit-Default Swaps (CDS - instrumento financeiro derivado transaccionado em mercado não regulamentado, utilizado pelos participantes no mercado obrigacionista; ou seja, quem aposta nos CDS é um comprador da protecção contra o risco de incumprimento do crédito) vendidos pelo Dubai subiram 131 pontos base, para 571 pontos base, de acordo com os dados da CMA DataVision, citados pela Bloomberg. Trata-se do nível mais elevado desde que começaram a ser negociados em Janeiro.

Estes contratos, que aumentam à medida que a percepção da qualidade do crédito se vai deteriorando, são já mais elevados no Dubai do que na Islândia, refere a Bloomberg.

O custo de protecção das Obrigações do Tesouro, desde o Qatar até à Arábia Saudita, registou ontem a maior subida desde Junho, depois de a empresa estatal Dubai World, com 59 mil milhões de dólares de passivo, ter solicitado aos seus credores um “acordo de moratória”, salienta a Bloomberg.

Os contratos associados à Arábia Saudita subiram 23 pontos base para 113, ao passo que os do Bahrein dispararam 37 pontos base para 231,5 pontos base. Os do Vietname registaram um incremento de 31 pontos base, os da Indonésia subiram 22 pontos base e os da Rússia aumentaram 19 pontos base.

As obrigações da Nakheel PJSC, unidade imobiliária da Dubai World, vencem a 14 de Dezembro. A empresa está a tentar prorrogar o prazo de pagamento de grande parte desta dívida.

Moody's e S&P cortam "ratings" no Dubai

As agências de notação de risco Moody’s e Standard & Poor’s cortaram ontem os “ratings” das empresas estatais do Dubai, dizendo que poderão considerar o plano da Dubai World de prorrogação do reembolso da dívida como um incumprimento. Se assim for, este será o maior incumprimento soberano desde a Argentina em 2001.

O Dubai, regido pelo xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, contraiu empréstimos no valor de 80 mil milhões de dólares ao longo de um “boom” de quatro anos no sector da construção que reduziu a sua dependência das receitas provenientes do petróleo e deu origem ao centro turístico e financeiro do Golfo Pérsico.

“O Dubai não está a fazer qualquer favor ao apetite pelo risco e os mercados continuam a revelar um estado de espírito vulnerável”, disse à Bloomberg um estratega da RBC Capital Markets, Russell Jones. “Estamos ainda num clima de vulnerabilidade aos choques financeiros de qualquer espécie e este é um deles”, salientou.

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