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Blix diz Iraque não aceitou desarmamento de forma «genuína»
Hans Blix, chefe dos inspectores das Nações Unidas, afirmou, perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas que, «hoje, o Iraque não aceitou as exigências de desarmamento de forma genuína», no âmbito do balanço de 60 dias de inspecção no país.
«A declaração do Iraque sobre armas de destruição em massa não trouxe nada de novo», salientou Hans Blix (na foto), acrescentando que as Nações Unidas sabem que o país fabricou «gás VX», sendo esta «uma arma à (sua) disposição».
O chefe dos inspectores das Nações Unidas frisou que a declaração feita pelo Iraque «não contemplou mais de 6.500 bombas químicas», adiantando que «as inspecções não são um jogo».
Hans Blix salientou que «o Iraque cooperou com os inspectores na questão do acesso nos locais investigados», embora argumente que Saddam Hussein não aceitou as exigências feitas pelas Nações Unidas.
O mesmo responsável refere que há a «indicação de que o Iraque produz mais Antrax do que o declarado», adiantando que «colaboração do Iraque (com os inspectores) tem de aumentar».
É esperado que, nesta reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Hans Blix peça uma prorrogação do prazo de inspecção para o desarmamento do Iraque, uma posição apoiada por Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas.
Mohamed Elbaradei, presidente da Agência Internacional de Energia Atómica, pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas mais alguns meses para inspeccionar o Iraque, referindo que «seria um valioso investimento na paz porque eles (iraquianos) ajudarão a evitar a guerra».
A maioria das praças financeiras mundiais caíam hoje, com o espectro de uma eventual guerra no Iraque a condicionar a negociação. O Dow Jones perdia 1,18%, o Nasdaq cedia 0,77%, o DAX recuava 2,46%, o FTSE perdia 2,54% e o CAC deslizava 3,31%. Em Lisboa, o PSI20 desvalorizava 1,56%.
O Iraque tem de agir em conformidade com as resoluções da ONU «em todos os seus aspectos», afirmou hoje o porta voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
O mesmo responsável acrescentou ainda que os EUA estarão atentos ao relatório de Hans Blix para «decidir se o Iraque está ou não a cumprir» a resolução 1441, que prevê o fim das armas de destruição maciça naquele território.
Naji Sabri, ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, referiu hoje que o Iraque está pronto para colaborar totalmente com as Nações Unidas, salientando que o país presidido por Saddam Hussein está a fornecer o acesso aos cientistas e a «incentivá-los» a cooperar.
O mesmo responsável acrescentou que o Iraque não pode obrigar os cientistas a falarem com os inspectores das Nações Unidas, adiantando que «não foram encontradas provas (de armamento nuclear, químico ou biológico) é porque não há nada para declarar», referiu Naji Sabri.