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Blair defende necessidade de continuar guerra

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deixou hoje claro que o Reino Unido continuará em guerra porque a ameaça terrorista continua activa e não pode ser derrotada de outra forma.

12 de Janeiro de 2007 às 17:01
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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deixou hoje claro que o Reino Unido continuará em guerra porque a ameaça terrorista continua activa e não pode ser derrotada de outra forma.

Num discurso sobre as grandes linhas da estratégia militar britânica dos próximos anos, pronunciado na base militar de Plymouth (sudoeste), Blair defendeu um reforço significativo das forças armadas britânicas e disse que o público se deve preparar para novas "campanhas militares longas".

"As nossas forças armadas vão continuar a ser enviadas para terras de outras nações, longe de casa, que podem não representar um ameaça directa ao nosso território", afirmou Blair, depois de considerar este cenário "inevitável".

"Vão continuar a lutar ao lado de outras nações, em aliança com elas, especialmente, mas talvez não exclusivamente, com os Estados Unidos", antecipou também.

Blair defendeu serem necessários, para travar a guerra contra o terrorismo, dois tipos de poder: a influência política e a guerra.

"As duas formas assentam no mesmo princípio e são interdependentes. O terrorismo não pode ser derrotado apenas com meios militares, mas também não pode ser derrotado sem eles", defendeu.

Tony Blair afirmou que um recuo do Reino Unido em países como o Iraque poderia ter consequências trágicas para a luta contra o fundamentalismo.

"Voltar atrás face a esta ameaça seria uma catástrofe. Só serviria para reforçar o terrorismo global, para ajudar a sua proliferação e para expandir o seu círculo de simpatizantes", reforçou.

Além desta firme defesa da política externa seguida pelo Reino Unido nos últimos seis anos, Blair também assumiu que estes objectivos vão necessariamente implicar um reforço substancial das forças armadas.

"Os soldados pedem-nos melhores armas e munições, botas e uniformes, melhores acomodações para eles e para a família. Há 10 anos, nada disto importaria muito mas agora, numa altura em que se lhes pede muito mais, já importa", justificou.

Esta nova realidade vai implicar "mais gastos em equipamento, em pessoal e nas condições das nossas forças armadas", precisou.

O compromisso do primeiro-ministro vai certamente provocar uma discussão política, já que desde 2004, por via dos sucessivos orçamentos de Estado, as verbas para a defesa foram aumentadas em cerca de 5,5 mil milhões de euros.

"É verdade, no entanto, que os nossos compromissos operacionais também são mais elevados do que foi planeado, o que faz com que os militares tenham de trabalhar mais e durante mais tempo do que estava previsto", contrapôs o primeiro-ministro, antecipando as críticas.

O discurso de Blair integra-se num conjunto de mensagens políticas, intitulado "O futuro da nossa Nação", que o governante tem dado em vários locais de Inglaterra, para deixar registada a sua posição sobre as principais políticas do país, antes de abandonar o governo.

O discurso de hoje foi proferido em Plymouth, no sul de Inglaterra, perante uma audiência do RUSI (Royal United Services Institute), o instituto de defesa mais antigo do mundo, onde todos os estadistas britânicos defenderam a sua política de defesa.

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