Notícia
Bens alimentares mais caros levam preços em Portugal a subir pela primeira vez desde julho
Os preços dos alimentos não transformados voltaram a subir em janeiro, levando a inflação em Portugal para terreno positivo pela primeira vez desde julho do ano passado.
A taxa de inflação em Portugal inverteu, em janeiro, a tendência dos seis meses anteriores e regressou a terreno positivo, impulsionada, em parte, pelos custos dos alimentos não transformados.
Segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 29 de janeiro, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) cresceu 0,3% este mês, face ao mesmo mês do ano passado, pondo fim à série de quebras consecutivas que se observava desde setembro.
Com base na informação até à data, o INE aponta, na estimativa rápida, que a subida de preços foi impulsionada, em parte, pelos produtos alimentares não transformados, cujos custos aumentaram 1,8%, em termos homólogos. Apesar disso, a subida abrandou face ao crescimento de 2,6% em dezembro.
No que respeita aos bens energético, os preços desceram 4,4%, igualmente abaixo da quebra de 4,9% registada no último mês do ano passado.
Excluindo estas duas categorias de preços, mais sujeitas a volatilidade, a taxa de inflação subjacente fixou-se em 0,5%, bem acima dos -0,1% de dezembro.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), usado pelo Eurostat para comparar os países europeus, terá registado um crescimento de 0,2%, depois da quebra de 0,3% no final do ano passado.
Segundo estes dados, janeiro marca assim uma inversão da tendência de descida dos preços em Portugal, que acompanhou toda a pandemia da covid-19.
O movimento iniciou-se logo em março do ano passado, com uma variação nula dos preços, que rapidamente abriu caminho à inflação negativa em abril e maio. Após uma ligeira recuperação no verão, os preços voltaram a cair a partir do final do terceiro trimestre.