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BE diz que Passos devia ouvir Merkel sobre refugiados
A porta-voz do BE desejou esta quarta-feira que o primeiro-ministro siga o exemplo da chanceler alemã face à crise de refugiados do Médio Oriente, numa acção de pré-campanha eleitoral em que ocorreu com um pequeno acidente de cadeira de rodas.
"Portugal tem tido uma postura vergonhosa. Não recebemos nenhum refugiado da quota de 2014, que era só de 45, e Passos Coelho gabou-se de ter conseguido reduzir a quota de refugiados para 2015, de 2.000 que nos propunham para 1.500. Devo dizer que Angela Merkel tem-se portado bastante melhor que Passos Coelho. Ele que gosta tanto de seguir o Governo alemão, esta era uma boa altura", afirmou Catarina Martins, em Lisboa.
A deputada e cabeça de lista bloquista pelo círculo eleitoral do Porto falava durante uma iniciativa que visou chamar a atenção para os problemas de acessibilidade em espaço público para pessoas deficientes e contou com a demonstração involuntária do quinto candidato por Lisboa, Jorge Falcato.
Ao exemplificar as dificuldades em atravessar uma rua, em plena avenida de Roma, o candidato do BE caiu da cadeira de rodas, do passeio para o asfalto, quando tentou fazê-lo de costas para facilitar a manobra. Jorge Falcato foi ajudado a reerguer-se e a queda não teve consequências físicas.
Catarina Martins desejou a eleição do quinto nome bloquista em Lisboa até para mudar as acessibilidades no próprio hemiciclo, cujas bancadas não estão preparadas para pessoas em cadeira de rodas, depois de vários elementos da comitiva terem colado cartazes contra a discriminação em estabelecimentos comerciais também sem acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.
Ainda sobre o movimento de refugiados, a dirigente bloquista condenou a "hipocrisia da Europa", que continua a "vender armas" e a "comprar petróleo" a países controlados pelo autodenominado movimento terrorista Estado Islâmico.
"A Alemanha, nesta matéria [refugiados], está a ter uma posição bastante mais ponderada e acertada do que outros países da Europa, nomeadamente o Governo português. Por uma vez na vida, Passos Coelho devia ouvir Angela Merkel", vincou, defendendo que "os refugiados têm de ser recebidos" e a criação de "um corredor humanitário na Europa".
Segundo Catarina Martins é inaceitável "um regime protofascista no centro da Europa, como a Hungria, que está a cercar pessoas com redes".