A política monetária do Banco Central Europeu é adequada à situação económica actual mas será necessário manter uma «forte vigilância» sobre as pressões inflacionistas, disse hoje o presidente do BCE, Jean Claude Trichet, acrescentando que o banco está pronto para mexer nos juros «quando necessário».

O presidente do BCE disse não ter ainda provas de uma «forte pressão inflacionista» no consumo interno da União Europeia, mas manifestou preocupação em relação ao potencial de subida dos preços e disse que o nível da inflação deve ser elevado a curto prazo.

Por isso Trichet reiterou o discurso de ser necessária uma «forte vigilância» sobre a inflação, palavras que ao longo de todo o mês de Outubro serviram para alimentar a especulação em torno de uma subida dos juros na Zona Euro ainda antes do final do ano.

Trichet revelou que o BCE discutiu os «prós e contras de subir os juros» e afirmou que a decisão de não elevar o preço do dinheiro neste momento não invalida que o banco tome uma decisão de subida dos juros «a qualquer altura, quando for necessário».

O factor que mais poderá pesar na evolução da inflação deverá ser o custo do petróleo e Trichet diz que, neste aspecto, as perspectivas do mercado apontam para «que os preços permaneçam em níveis elevados a curto prazo». O presidente do BCE diz no entanto que, para já, «a economia tem demonstrado uma forte resistência ao encarecimento do petróleo».

Na reunião de hoje, o BCE decidiu, tal como esperado, manter as taxas de juro nos 2%. Os economistas aguardam um agravamento no preço do dinheiro nas próximas reuniões, residindo a questão em saber se será já em Dezembro ou nas primeiras reuniões de 2006.