O Banco Central Europeu (BCE) não deverá alterar as taxas de juro na reunião da próxima quinta feira, adiando qualquer subida até que exista uma maior certeza do aumento da inflação.

O BCE aumentou cinco vezes a taxa de juro de referência desde o início de Novembro para os 4,25%, e na última semana passou a utilizar uma taxa variável nos leilões semanais de refinanciamento, o que pode levar a um acréscimo nos custos dos empréstimos para os bancos comerciais.

Após a última subida, o presidente do BCE, Wim Duisenberg, indicou que o BCE provavelmente não iria efectuar mais alterações às taxas de juro.

«A última subida da taxa de juro foi suficiente, visto já ter assegurado os objectivos de politica monetária do BCE, não existindo necessidade de haver um novo aumento», revelou um economista contactado pelo Canal de Negócios.<|p>

A economia da Zona Euro deverá crescer 3,4% este ano, sendo o valor mais elevado da última decada, o que deverá fazer com que a inflação se situe acima do tecto de 2% estabelecido pelo BCE. Em Maio a inflação foi de 1,9%.

Duisenberg afirmou no Parlamento Europeu hoje que «o melhor período da Europa, em décadas, virá num futuro próximo. O BCE mantém-se atento à evolução da estabilidade dos preços», o principal objectivo do BCE.

As taxas de juro para contratos de futuros indicam que os investidores prevêm que a taxa variável do BCE aumente um quarto de ponto percentual no final do terceiro trimestre deste ano.

As expectativas de um acréscimo dos custos nos empréstimos deverão levar a um aumento da taxa que o BCE cobra nos empréstimos a duas semanas, nas próximas semanas, segundo alguns analistas.

O euro subia 0,32% para valer 0,9543 dólares, às 13h33. Cada euro vale 200,482 escudos

O BCE revela a decisão relativa à política monetária na quinta-feira, às 12h45.

Por Renato Rocha