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BCE deve manter juros da Zona Euro nos 4,5%
O Banco Central Europeu (BCE) deverá manter a sua taxa directora inalterada nos 4,5% na sua reunião de hoje, aguardando por indicadores que confirmem a queda das pressões inflacionistas da Zona Euro, antes de voltar a baixar o preço do dinheiro.
Os analistas prevêem que o BCE irá baixar a sua taxa de juro de referência até final do terceiro trimestre deste ano, na tentativa de combater os sinais de perda de ritmo da economia da Zona Euro.
Em Junho, a inflação da zona da moeda única registou o primeiro abrandamento em cinco meses, gerando expectativas de que o BCE poderá rever a sua actual posição sobre a política monetária nos próximos tempos.
O índice de preços no consumidor (IPC) harmonizado da Zona Euro subiu 0,1% em Junho, depois de crescer 0,6% no mês anterior. Esta evolução colocou a taxa de inflação homóloga nos 3%, abaixo dos 3,4% registados em Maio.
Na semana passada, o BCE, no seu Boletim Mensal de Julho, defendeu que o actual nível das taxas de juro da Zona Euro era «apropriado» para conter as pressões inflacionistas no médio prazo.
Apesar do abrandamento verificado em Junho, a taxa de inflação da Zona Euro continuou acima do objectivo de 2% traçado pelo BCE, o que se verificou pelo 13º mês consecutivo. O presidente do BCE, Wim Duisenberg (na foto), afirmou recentemente que este indicador deverá atingir o nível pretendido pela autoridade monetária «em 2002».
Entre os principais bancos centrais mundiais, o BCE é aquele que menos baixou os juros desde o início do ano, ao efectuar uma única redução de 25 pontos base, no dia 10 de Maio, para os actuais 4,5%, na tentativa de estimular o crescimento económico da Zona Euro.
O produto interno bruto (PIB) da zona da moeda única deverá crescer abaixo dos 2,5% este ano, contra os 3,4% registados em 2000, segundo as estimativas da Comissão Europeia.
A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, através da redução dos encargos associados à contracção de empréstimos, mas este movimento pode provocar a subida das pressões inflacionistas, devido ao aumento da procura.