O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje a sua principal taxa de juro inalterada nos 4,25%, apesar dos ataques terroristas aos Estados Unidos terem aumentado os receios de um abrandamento económico mundial.

A decisão da autoridade monetária europeia foi de encontro às previsões dos analistas, depois de ontem o presidente do BCE, Wim Duisenberg, ter afirmado que um corte das taxas de juro neste momento, «seria interpretado mais como uma reacção de pânico, do que de estabilidade».

Segundo dados divulgados hoje, o produto interno bruto (PIB) da Zona Euro cresceu 0,1% no segundo trimestre do ano, abaixo dos 0,5% registados nos primeiros seis meses de 2001, uma evolução em linha com a esperada.

A autoridade monetária da Zona Euro realizou desde o início do ano dois cortes na sua principal taxa de juro, num total de 50 pontos base, para os actuais 4,25%, com o objectivo de estimular a economia europeia.

Os analistas acreditam que as reduções dos preços do dinheiro efectuadas até agora pelo BCE não serão suficientes para impulsionar a retoma da economia europeia, pelo que aguardam novos cortes dos juros nos próximos meses.

As duas descidas de juros decretadas este ano pelo BCE comparam com as sete reduções efectuadas pela Reserva Federal (FED) norte-americana, num total de 300 pontos base para os actuais 3,5%.

No entanto, os analistas acreditam que o FED poderá reduzir novamente a sua principal taxa de juro antes da sua próxima reunião, na tentativa de limitar os efeitos que os ataques terroristas efectuados esta semana contra os Estados Unidos (EUA) poderão ter ao nível da confiança e do consumo privado.

A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, através da redução dos encargos afectos à contracção de financiamentos por parte de particulares e empresas.