Notícia
Banco Mundial apela à estabilização dos preços dos alimentos
A subida das cotações das matérias-primas alimentares está a trazer de novo para o centro das atenções o espectro de uma nova crise alimentar.
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Hoje, o presidente do Banco Mundial veio apelar aos países do G-20 para tomarem medidas. Robert Zoellick afirmou, citado pela Dow Jones Newswires, que uma vez que a subida dos preços dos Alimentos está a ressurgir como uma ameaça ao crescimento e estabilidade mundial, o G-20 deveria dar prioridade ao fornecimento de bens alimentares aos pobres.
Recorde-se que ontem, o economista-chefe da FAO, Abdolreza Abbassian, divulgou que o índice dos preços dos alimentos a nível mundial atingiu o mais alto nível de sempre no mês passado. A base para este índice da FAO, criado em 1990, é 2002-04. O barómetro inclui “commodities” que a organização considera representativas para os preços internacionais dos alimentos.
O índice de 55 matérias-primas alimentares da FAO subiu em Dezembro, pelo sexto mês consecutivo, para 214,7 pontos, acima do anterior máximo histórico de 213,5 pontos atingido em Junho de 2008, de acordo com um relatório mensal divulgado ontem. Os barómetros para os preços do açúcar e da carne avançaram para recordes. As oleaginosas são outro dos grupos a vigiar.
Abbassian advertiu para o facto de continuar a existir um forte potencial de subida para os preços dos cereais, num contexto de grandes incertezas. “Se alguma coisa correr mal com as colheitas da América do Sul, haverá muita margem para os preços dispararem”, disse, citado pela Bloomberg.
Apesar de a FAO ter referido que esta subida das cotações das matérias-primas alimentares não constitui ainda uma crise, muitos países alertam para o efeito do encarecimento do trigo, por exemplo, salientando que os retalhistas serão obrigados a aumentar o preço dos produtos.
O aumento dos preços dos alimentos em muitos países asiáticos, incluindo China e Índia, é já da ordem dos dois dígitos, intensificando os receios que a pressão dos preços possa contagiar de forma mais abrangente outros sectores e representar uma ameaça à estabilidade económica e social, uma vez que milhões de asiáticos vivem em situação de pobreza, sublinha a Reuters.