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Ban Ki-moon: Crise obriga a "fazer melhor com menos"

As dificuldades económicas obrigam a Organização das Nações Unidas a "fazer melhor com menos" e a procurar soluções mais abrangentes para os problemas globais, afirmou Ban Ki-moon, hoje reeleito secretário-geral da entidade.

22 de Junho de 2011 às 08:12
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Após prestar juramento para um segundo mandato de cinco anos, até Dezembro de 2016, Ban Ki-moon afirmou que "a parceria é o poder fundamental" para os momentos que a organização vai viver nos próximos meses e anos, começando na reunião de alto nível sobre segurança nuclear em Setembro, passando pelas Cimeira de Segurança Nuclear e a Conferência Rio+20, ambas no próximo ano, até à meta de 2015 para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

"Em tempos de dificuldade económica, temos de esticar os nossos recursos, fazer melhor com menos. Temos de melhorar a nossa capacidade de providenciar como um só", afirmou.

A organização deve ainda, defendeu Ban, assegurar que "as soluções para um problema se tornem em soluções para todos - na saúde das crianças e mulheres, crescimento ecológico, desenvolvimento económico e social mais equitativo".

O secretário-geral da ONU prometeu apresentar na próxima Assembleia-geral, em Setembro, uma mais vasta visão a longo prazo para a organização, depois de consultas com os países-membros.

Enumerou como sucessos do seu primeiro mandato a afirmação das alterações climáticas na agenda global, o relançamento do desarmamento nuclear, mas também progressos na saúde, desenvolvimento sustentável e educação e a protecção dos mais pobres e vulneráveis, perante a "maior convulsão económica das últimas gerações".

Sublinhou a intervenção em desastres naturais como o do Haiti e os esforços para trazer a paz ao Sudão, República Democrática do Congo, Somália, Afeganistão ou Iraque.

A organização foi "firme a favor da democracia e direitos humanos" no Norte de África e "estabeleceu uma nova dimensão para a responsabilidade para proteger" populações, defendeu.

A maneira "decisiva" como o mandato foi renovado - por aclamação e seis meses antes do seu termo - deu "o dom do tempo" ao secretário-geral.

"Tempo para levar a cabo o trabalho importante que, juntos, começámos", afirmou o ex-ministro sul-coreano, de 67 anos de idade.

Citando o terceiro e muito influente secretário-geral, Dag Hammarskjold, mas também o filósofo chinês Lao-tze, Ban pediu convicção e "unidade na acção", num discurso a que deu o título de "nada é impossível". Prometeu ser um "harmonizador e fazedor de pontes", entre os países-membros, dentro da ONU e entre a ONU e outros parceiros internacionais.

Numa curta conferência de imprensa, depois de receber os cumprimentos do corpo diplomático à porta da assembleia-geral, Ban afirmou que teve na semana passada em Brasília uma "discussão profunda" sobre a Conferência Rio+20, com a presidente brasileira Dilma Rousseff e o seu ministro do Ambiente.

"Temos de fazer com que o desenvolvimento sustentável seja um sucesso. Começando com as alterações climáticas, temos de lidar com assuntos de escassez de água e alimentos, energia, saúde global. São assuntos interligados, devem ser resolvidos de maneira mais vasta e abrangente. É isto que queremos alcançar no Rio de Janeiro no próximo ano", afirmou.

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