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Autoeuropa entre empresas que se preparam para fim do euro (act.)

O possível regresso do escudo a Portugal não seria tão negativo para a Autoeuropa, já que a empresa produz no País, mas é essencialmente um exportador e pertence a um grupo mundial. Quem o diz é o responsável financeiro da fábrica de Palmela. A empresa é um dos rostos da notícia do "Financial Times", que indica que há vários administradores a prepararem-se para a saída do euro.

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"Estamos conscientes de que muito poucas empresas fizeram planos de contingência para a possibilidade do fim do euro". É isto que Juergen Dieter Hoffmann, director financeiro da Autoeuropa, diz ao “Financial Times” sobre a possibilidade de desmembramento da união monetária das 17 nações e as implicações na empresa.

"Dito isto, fizemos uma primeira análise rigorosa à descontinuidade do euro como a moeda portuguesa", afirmou Dieter Hoffmann à publicação. E a conclusão não parece ser totalmente má: "O impacto não seria tão negativo para a nossa empresa, já que somos essencialmente um exportador e pertencemos a um grupo mundial", indicou o director financeiro ao "Financial Times".

Mas a Autoeuropa, braço português da Volkswagen, não é a única empresa que se está a preparar para a possibilidade de o euro deixar de ser uma moeda partilhada por 17 países.

A Diageo Europe, fabricante da cerveja Guinness ou do Smirnoff, é outro exemplo. "Começámos a pensar no que poderia acontecer. E, se passarmos por uma alteração ... tão grande em torno do euro, todos estaremos numa situação totalmente diferente. Com países a saírem do euro, teremos uma desvalorização massiva que torna as marcas importadas muito, muito caras", respondeu o presidente Andrew Morgan ao "Financial Times".

6% das PME irlandesas preparadas para fim do euro

"As empresas que funcionam na união monetária a 17 querem que a Zona Euro sobreviva. Mas estão a começar a aceitar que esperar pelo melhor, simplesmente, já não é uma opção", escreve o jornal, que tem como fonte dezenas de entrevistas a administradores sobre o desmembramento do euro.

"Uma boa gestão do risco significa planear cenários difíceis e improváveis. Isso significa que não podemos ignorar a possibilidade de uma saída desordenada de alguns países da Zona Euro", referiu Andrew Bailey, da Autoridade dos Serviços Financeiros Reino Unido, em resposta à ausência de uma resposta política à crise da dívida.

Uma associação de pequenas e médias empresas da Irlanda aponta que apenas 6% das companhias se está a preparar para a eventualidade de uma saída do euro. O resto, não está se está a precaver.

"Incorporar cenários em que o euro se desagrega nos seus planeamento estratégico é uma necessidade urgentes das exportadoras, dadas as possíveis implicações no balanço”, defendeu no "Financial Times", Philip Halpin, conselheiro económico da associação.

No início do mês, na Alemanha, o operador turístico TUI começou a exigir a renegociação dos contratos com os hotéis gregos, exigindo o uso de dracmas nos acordos com as cadeias hoteleiras. O objectivo era responder à previsão de uma eventual saída da Grécia do euro.

Fora da Europa também há receios

No seu artigo, o "Financial Times" cita um estudo da IT2 Treasury Solutions em que indica que 78,5% dos tesoureiros empresariais de vários países, mesmo de fora da Europa, acreditam que as suas firmas estariam preparadas para um desmembramento do euro.

Mas, fora da Europa, o medo de que o euro entre em colapso afasta investidores. "Penso que é possível termos uma perda de confiança no euro. Poderei dizer a probabilidade exacta? Não, mas não é certamente insignificante. Então, porquê assumir o risco? De qualquer modo, também não estamos a conseguir um grande retorno", remata Rick Fearon, administrador financeiro da Eaton, grupo industrial norte-americano.
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