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As dez datas-chave da carreira de Passos Coelho

Passos Coelho recandidata-se esta noite ao quarto mandato à frente do PSD. Entrou para o partido com 14 anos, foi deputado com 27 e tirou o curso de Economia com 39. Conheça as datas mais importantes do percurso do ex-primeiro-ministro.

Miguel Baltazar
04 de Fevereiro de 2016 às 20:30
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Março de 1990 - Torna-se presidente da JSD

Pedro Passos Coelho entrou na Juventude Social-Democrata com apenas 14 anos, em 1978, por causa de um campeonato de cartas, já fascinado com a figura de Sá Carneiro. Assumiu os cargos de secretário-geral e vice-presidente, tornou-se presidente da JSD em 1990, com 25 anos, cargo que manteve até 1995.

 

Novembro de 1991 – É eleito deputado

O percurso político de Passos Coelho começou na JSD e foi na condição de presidente da "jota" que integrou as listas de deputados do PSD às eleições de 1991, com 27 anos. Foi eleito para a VI legislatura, que teve início após as eleições de 6 de Outubro desse ano, que confirmaram a segunda maioria absoluta de Cavaco Silva. Passos foi porta-voz da bancada do PSD e seria deputado até 1999. Nesse período, ameaçou Cavaco Silva, então primeiro-ministro, de votar contra o Orçamento do Estado. Foi presidente do conselho de fundadores da organização não-governamental CPPC, tendo afirmado que dela só recebeu despesas de representação.

 

2003 – Licencia-se em Economia

Depois de terminar o percurso como deputado, e já enquanto era vereador sem pelouro na Câmara da Amadora (entre 1997 e 2001), Passos Coelho dedicou-se à vida académica, que tinha posto de parte enquanto esteve na JSD. Concluiu a licenciatura em Economia na Universidade Lusíada em 2003 com 15 valores, fazendo o curso nos quatro anos previstos, lê-se na sua biografia. Passos licenciou-se com 39 anos. Maria Luís Albuquerque foi sua professora no 2.º e 4.º anos. Foi no período entre 1999 e 2004 que Passos Coelho acumulou uma dívida à Segurança Social, que viria a pagar no ano passado.

 

Maio de 2008 – Disputa pela primeira vez o PSD

Depois de vários anos como administrador e gestor de empresas, incluindo da Tecnoforma, que recebeu a grande maioria dos fundos do programa Foral, que era gerido pelo então secretário de Estado Miguel Relvas, Passos Coelho avançou para a liderança do PSD em 2008. Como adversários tinha Manuela Ferreira Leite, Santana Lopes e Patinha Antão. A luta foi renhida, mas ganhou a ex-ministra das Finanças com 37,9%. Passos teve 31,1% dos votos e Santana 29,6%.

 

Março de 2010 – Torna-se presidente do PSD

Passos perdeu a primeira luta, mas não desistiu do PSD. Em 2010 voltou a candidatar-se à liderança do partido e desta vez venceu sem margem para dúvidas, contando com a colaboração de Miguel Relvas. Ganhou com 61,2% dos votos, remetendo Paulo Rangel para o segundo lugar (34,4%) e deixando Aguiar Branco – que viria a ser seu ministro – a muita distância com 3,4% dos votos.

 

Maio de 2010 – Viabiliza PEC II e pede desculpa aos portugueses

Meses depois de se tornar presidente do PSD, Passos Coelho negociou com o Governo minoritário de Sócrates e garantiu, a 13 de Maio, apoio parlamentar às medidas de austeridade do pacote que ficou conhecido como PEC II, e que incluíam a subida do IVA, bem como do IRS e do IRC. Passos Coelho sentiu necessidade de pedir desculpa. "Devo pessoalmente um pedido de desculpas ao país por estar a fazer aquilo que disse que não gostaria de fazer e que não achava que devesse ser feito".

 

Junho de 2011 – Vence as eleições legislativas

Passos Coelho foi envolvido em várias matérias de governação no primeiro ano como presidente do PSD, porque o PS não tinha maioria no Parlamento. Aliás, o PSD negociou o memorando de entendimento com a troika, ainda antes de ganhar as eleições. Já com a troika em Portugal, e depois de Sócrates se ter demitido por ter visto o PEC IV ser chumbado, Passos Coelho venceu as eleições antecipadas de 5 de Junho de 2011 com 38,7% dos votos, a oito deputados da maioria absoluta. Viria depois a coligar-se com Paulo Portas para ter maioria.

 

Julho de 2013 – Não aceita a demissão de Paulo Portas

Em Julho de 2013, após a demissão do ministro das Finanças Vítor Gaspar, Passos Coelho viveu o momento mais tenso de toda a legislatura. Paulo Portas, parceiro de coligação e ministro dos Negócios Estrangeiros, apresentou a demissão "irrevogável" depois de saber que Maria Luís Albuquerque seria a nova ministra das Finanças. Passos Coelho não aceitou a demissão, não a comunicando ao Presidente da República, e também não se demitiu. Portas haveria de ser promovido a vice-primeiro-ministro.

 

Outubro de 2015 – Vence as eleições

Ao contrário do que seria expectável depois de uma legislatura de vários sacrifícios, Passos Coelho, em coligação pré-eleitoral com o CDS, venceu as eleições legislativas, remetendo o PS para o segundo lugar. A euforia foi muita nas hostes do PSD e do CDS, mas o resultado ficou longe da maioria absoluta – Passos ficou a 14 deputados da maioria absoluta. Cavaco Silva indigitou Passos como primeiro-ministro, apesar das dúvidas sobre se o seu programa passaria no Parlamento.


Novembro de 2015 – É derrubado no Parlamento 

Instantes depois da assinatura do acordo entre o PS e o PCP, Bloco de Esquerda e Verdes, que dava maioria parlamentar à esquerda, o Parlamento aprovou a rejeição do programa do Governo de Passos Coelho, forçando a queda do Executivo. Foi apenas a segunda vez que um Governo caiu através da apresentação de uma moção de rejeição ao programa. Passos remeteu-se aí ao papel de líder do maior partido da oposição.


Passos Coelho: "Não é todos os dias que se sai do Governo com o voto do eleitorado"
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No final do discurso que finalizada a discussão do programa de Governo, Passos Coelho diz que vai para o Parlamento para a oposição. Garante, para concluir, que "não estamos, nem nunca estivemos, agarrados ao poder".

Mas antes das eleições, na Redacção Aberta no Negócios tinha declarado não ter qualquer fixação pelo lugar de primeiro-ministro nem de presidente do PSD, mas, na altura (em Julho de 2015), não revelava se continuaria à frente do partido.


Passos Coelho: "Não tenho fixação com o lugar de primeiro-ministro"
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Pedro Passos Coelho garante não ter fixação com o lugar de primeiro-ministro nem de presidente do PSD. Não revela se continuará à frente do PSD se perder as eleições.



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