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Argélia é país prioritário para investimento português
A Argélia está nos países prioritários para o Governo português, que fala também da China, Rússia e Brasil como mercados alvos de internacionalização. Manuel Pinho e Mário Linho saíram satisfeitos da visita de dois dias à Argélia, confiantes de que o país
A Argélia está nos países prioritários para o Governo português, que fala também da China, Rússia e Brasil como mercados alvos de internacionalização.
No entanto, Manuel Pinho, ministro da Economia e Inovação, e Mário Linho, ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, saíram satisfeitos da visita de dois dias à Argélia, confiantes de que o país magrebino demonstra um grande interesse de cooperação e no investimento português. No entanto, Manuel Pinho deixa o apelo: «agora é a vez das empresas avançarem».
Dos contactos, resultaram algumas intenções de investimento, sendo de destacar dois sectores: energia e obras públicas. Na energia, há vários entendimentos, estando a Galp a negociar com a fornecedora de gás natural Sonatrach um aumento das importações dessa matéria-prima.
Para esse fornecimento vai ser, também, construído um gasoduto, para o qual houve convites a várias empresas, entre quais portuguesas, para integrarem o consórcio. Também a EDP pode vir a estabelecer contratos de aquisição com a Sonatrach. Também a REN estabeleceu um acordo de cooperação com a Sonelgaz.
Na área das obras públicas, os transportes e as estradas são os principais projectos para empresas nacionais. Quer na ferrovia, quer nas auto-estradas estão em fase de constituição dois consórcios com empresas portuguesas para conseguirem concorrer a empreitadas públicas. Só nos transportes, nomeadamente na modernização da rede ferroviária, a Argélia tem um plano de investimentos de sete mil milhões de euros. Para as obras públicas estão destinados seis mil milhões de euros. Isto num plano global de 40 mil milhões de euros.
No final das visita, onde estiveram 5 associações empresariais, 63 empresas e 18 sectores de actividade, Manuel Pinho e Mário Lino falaram, ainda, da cooperação industrial, com transferência de tecnologia, nomeadamente pelo ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade), das pescas e estaleiros.
No âmbito do programa de privatizações que o Governo argelino tem, querendo vender 1200 empresas públicas, Portugal vai receber o «road show» argelino em Setembro. França e Espanha são os outros dois países do «road show». Também no sistema financeiro, a Argélia pediu a cooperação do sistema bancário português para a liberalização e privatização do sector argelino.
Outras áreas onde estão empenhadas empresas portuguesas são o turismo (Teixeira Duarte e Grupo pestana Pousadas), saneamento (Epal e Somague Ambiente).
Para os empresários e governantes, a Argélia está a demonstrar muita abertura para os investimentos portugueses, até porque pretendem diversificar as suas ligações económicas. Por outro lado, Portugal tem sido reconhecido pela capacidade tecnológica, seriedade e falta de pretensões dominadoras.
*Na Argélia a convite do Icep.